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Líder de Hong Kong pede que ativistas procurados se rendam ou "passarão dias com medo"

Estados Unidos, Reino Unido e Austrália criticaram a posição das autoridades da ilha. Pequim reagiu com mais acusações

Protesto no início do ano: membros da Liga dos Social-Democratas carregam uma faixa do lado de fora de um tribunal em Hong Kong - Peter PARKS / AFP

O presidente-executivo de Hong Kong, John Lee, pediu a oito ativistas estrangeiros que se entregassem, nesta terça-feira (4), um dia depois que a polícia local ofereceu uma recompensa por sua captura. Eles são acusados de violar a lei de segurança nacional.

– A única maneira de acabar com seus destinos, como fugitivos que serão procurados por toda a vida, é se rendendo – afirmou Lee, dizendo que, se não o fizessem, "eles passariam seus dias com medo".

A medida foi criticada pelos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, países onde residem alguns dos ativistas procurados. Em paralelo, a China se pronunciou, acusando o Reino Unido de "proteger os fugitivos" buscados por Hong Kong.

"Os políticos britânicos ofereceram abertamente proteção aos fugitivos", disse um porta-voz da embaixada chinesa na Grã-Bretanha, em um comunicado na noite de segunda-feira. "Essa é uma interferência grosseira no estado de direito de Hong Kong e nos assuntos internos chineses", acrescentou. "A China expressa forte insatisfação e se opõe fortemente a isso", concluiu.
 

Recompensa
A polícia de Hong Kong ofereceu, na segunda-feira, recompensas de mais de R$ 600 mil por cada um dos oito ativistas pró-democracia, que permanecem no exterior, a quem as autoridades acusam de crimes como subversão e conluio com potências estrangeiras.

Lee disse que apóia ofertas de recompensas e ação policial.

Os oito fugiram de Hong Kong depois que Pequim impôs uma lei de segurança abrangente à cidade, em 2020, para reprimir a dissidência após enormes e às vezes violentos protestos pró-democracia, ocorridos em 2019.

Lee pediu ao público que ajude a polícia, observando que até mesmo "família e amigos" de ativistas podem ser informantes.

– Não tenho medo da pressão política que eles colocam sobre nós, porque fazemos o que achamos certo – disse Lee, na terça-feira.

O grupo inclui os ex-legisladores pró-democracia Nathan Law Kwun-chung, Ted Hui Chi-fung e Dennis Kwok Wing-hang.

O veterano sindicalista Mung Siu-tat também está entre os procurados, assim como os ativistas Elmer Yuen gong-yi, Finn Lau Cho-dik, Anna Kwok Fung-yee e Kevin Yam Kin-fung.