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AIEA aprova plano de evacuação de águas de Fukushima no Japão

A decisão foi comunicada durante visita diretor da Agência, Rafael Grossi, a Tóquio

Rafael Grossi, diretor Geral da AIEA, apresenta o relatório abrangente da AIEAao primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida - Eugene Hoshiko / POOL / AFP

O plano do governo japonês de despejar água tratada da acidentada central nuclear de Fukushima no oceano "cumpre as normas internacionais de segurança" e terá um impacto "insignificante", disse o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, nesta terça-feira (4).

Esta avaliação, feita no âmbito do exame final do plano japonês por parte da AIEA, foi comunicada durante uma visita de Grossi a Tóquio, antes do início da descarga de água prevista para este verão.

"A AIEA concluiu que a abordagem e as atividades de descarga da água tratada (...) cumprem as normas internacionais de segurança pertinentes", segundo o relatório.

"O despejo controlado e progressivo da água tratada no mar (...) teria um impacto radiológico insignificante na população e no meio ambiente", acrescenta o texto.

O triplo acidente terremoto-tsunami-nuclear de 11 de março de 2011 causou a fusão de três reatores da central de Fukushima, no acidente nuclear mais grave desde Chernobyl.

A catástrofe causou vazamentos radioativos que obrigaram dezenas de milhares de pessoas nas áreas vizinhas a abandonarem suas casas com urgência.

Embora a descontaminação e o desmantelamento da central estejam previstos para durar várias décadas, o Japão enfrentou o problema imediato de armazenar em torno de 1,33 milhão de toneladas de água de chuva, águas subterrâneas e injeções necessárias para resfriar os núcleos dos reatores nucleares no local da usina, que em breve ficará saturado.

O governo japonês planeja despejar essa água no oceano depois de tratá-la com um sistema de descontaminação que remove os elementos radioativos, exceto o trítio, que será diluído.

O projeto já havia sido aprovado pela AIEA, mas o governo japonês havia declarado que o escoamento da água começaria somente depois da "revisão completa", cujos resultados foram apresentados hoje por Grossi.