FUTEBOL

Relembre declarações de Luan e do presidente do Corinthians no imbróglio com o clube

Jogador não atua pelo alvinegro desde fevereiro de 2022 e vive fase conturbada com diretoria e torcida

Polícia diz que Luan ainda não prestou queixa, mas analisou imagens e redes sociais para identificar agressores - Reprodução

Em dezembro de 2019, o meia Luan deixou o Grêmio para vestir a camisa do Corinthians com boas credenciais: dois anos antes, havia sido coroado o Rei da América na campanha que terminou com o título do Grêmio da Libertadores.

O contrato, com validade de quatro anos, inicialmente deixou a torcida, o jogador e o clube animados com a nova fase, mas a empolgação deu lugar à frustração pelo desempenho de Luan na equipe, e os problemas começaram. A insatisfação culminou no episódio da madrugada da última terça-feira, quando integrantes de uma torcida organizada agrediram o jogador dentro de um motel em São Paulo.

Na semana passada, o presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, afirmou que o desejo do clube era de rescindir o contrato com Luan, mas o alvinegro não teria condições financeiras para fazê-lo. O salário de Luan é de cerca de R$ 800 mil por mês, e a equipe ainda tem outras despesas como direitos de imagem do atleta.

— O jogador de futebol faz contrato e, se você quiser tirá-lo, tem que pagar o contrato inteiro. Isso me incomoda demais, mas estamos presos nesse contrato até o fim do ano. Para rescindir, precisaria ter o dinheiro. Como eu pago um contrato inteiro à vista? — questionou Duilio.
 

Por sua vez, Luan também expressou insatisfação sobre a ausência nos jogos do Corinthians. A última vez que ele entrou em campo foi em novembro do ano passado, quando foi emprestado ao Santos durante o Brasileirão. Nesta temporada, ele ainda não atuou, apesar de, segundo o próprio jogador, estar "100% preparado e com uma vontade de jogar absurda", tanto psicologicamente quanto fisicamente. Ele relatou a conversa que teve com o treinador, Vanderlei Luxemburgo, na qual pediu para ser reintegrado ao elenco no podcast de Denílson.

— Quando o Vanderlei chegou, fui trocar ideia com ele. Joguei o papo reto: 'Professor, não preciso contar história triste aqui, você sabe da minha situação. A única coisa que peço é para você me botar para treinar com o grupo e me dar oportunidade' — afirmou.

A resposta, no entanto, não foi positiva. Depois da coletiva no domingo, quando o Corinthians perdeu do Bragantino por 1 a 0, Luxemburgo afirmou que não pretende utilizar o jogador pela insatisfação da torcida.

— Ele conversou comigo, mas para ser bem claro: o torcedor do Corinthians falou que não queria o Luan porque ele não foi justo, por isso, isso e isso. Então por que você vai comprar briga por um jogador que teve problema lá atrás? Em podcast você fala o que você quiser, mas tem que fazer um questionamento maior do que isso aí — rebateu Luxemburgo.

Vítor Pereira
Luan também não teve oportunidades no ano passado, quando o português Vítor Pereira estava no comando do clube. Segundo o jogador, ele chegou a ser alvo do Bahia, quando o time foi comprado pelo grupo City e investiria em reforços para a temporada. Mas o desejo de ainda vestir a camisa do Corinthians falou mais alto, conforme o jogador contou no podcast de Denílson.

— Teve uma proposta do Bahia. Eu falei: ‘não, não quero. Quero fazer dar certo aqui’. Nisso, fui na sala dele e falei o seguinte: ‘professor, tem uma proposta para eu sair fora, mas eu quero ficar aqui. Me dá uma oportunidade de jogar pelo menos 20 minutos, não estou deixando menos que ninguém, depois você faz o que quiser. Aí ele me enrolou lá, contou uma história triste lá, disse que ia usar e tchau.