'Escalada não é a resposta' para as preocupações de Israel, diz chefe da ONU
Antonio Guterres, da ONU, denunciou o "uso excessivo da força" na operação militar na Cisjordânia, ocupada nesta semana
"A escalada não é a resposta" para as "legítimas preocupações de segurança" de Israel, disse o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, nesta quinta-feira (6), e denunciou o "uso excessivo da força" na operação militar na Cisjordânia, ocupada nesta semana.
"Entendo as preocupações legítimas de Israel com sua segurança. Mas a escalada não é a resposta. Isso reforça a radicalização que contribui para o agravamento da espiral de violência e derramamento de sangue", disse Antonio Guterres à imprensa, referindo-se à operação militar em Jenin.
Para Guterres, "restaurar a esperança do povo palestino em um processo político, que leve a uma solução de (criação de) dois Estados e ao fim da ocupação, é a contribuição essencial de Israel para sua própria segurança".
Segundo o chefe da ONU, os bombardeios aéreos e as operações terrestres israelenses em um campo de refugiados lotado são "incompatíveis com as operações de manutenção da paz".
O exército israelense anunciou, na quarta-feira, o fim de sua operação militar na Cisjordânia ocupada, que começou na segunda-feira e envolveu centenas de soldados, drones e escavadeiras do exército na cidade de Jenin e no campo de refugiados, reduto de grupos armados palestinos.
"Claramente, nesta situação, houve um uso excessivo da força por parte das forças israelenses", denunciou, antes de exortar Israel a "respeitar suas obrigações" sob o direito internacional, incluindo um "uso proporcional da força" e que, como potência ocupante, proteja a população da violência.