Em entrevista, Lula defende diálogo com o Centrão, descarta cirurgia e elogia Diniz na seleção
Presidente de entrevista ao SBT um dia após reunião com filhas de Sílvio Santos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em entrevista ao SBT, nesta quinta-feira (6), ser favorável a acordos com o Centrão, mas enfatizou que quem escolhe os cargos em negociação é o governo.
Ele também falou sobre a possibilidade de concorrer à reeleição em 2026, descartou fazer cirurgia no quadril antes de suas próximas viagens internacionais e elogiou a escolha de Fernando Diniz para o comando da seleção brasileira de futebol.
A entrevista ao SBT ocorreu um dia após reunião de Lula com duas filhas do apresentador Silvio Santos, Patrícia Abravanel e Daniela Beyrute.
Perguntado sobre a relação do governo com o Centrão, Lula respondeu que não costuma utilizar esse termo, mas defendeu o diálogo com os todos partidos políticos. Porém, ao tratar de eventuais trocas em ministérios — como a mudança no Turismo, confirmada pelo governo nesta quinta —, garantiu que é o Planalto que dá a palavra final.
— Quem escolhe o cargo é o governo. Se eu tiver que fazer acordo com partido político, eu vou dizer para ele: "Eu tenho tal cargo, tal ministério, quero saber se você quer participar ou não". Porque senão você não governa. Sou favorável que a gente faça os acordos necessários para garantir a governabilidade do governo — disse o presidente.
Também na entrevista ao SBT, Lula voltou a considerar a possibilidade de concorrer à reeleição em 2026. O chefe do Executivo disse que a confirmação de que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, irá disputar a corrida presidencial novamente serviu de "estímulo" para novos planos políticos.
— Nesses dias eu fui a Hiroshima, encontrei com o presidente Biden e eu perguntei se era verdade que ele iria concorrer. Ele falou: 'Vou'. Eu falei que isso é um estímulo, eu sou mais novo do que ele.
Caso não concorra novamente, Lula afirmou que o governo terá um candidato, mas disse que não permitirá campanha antecipada de ministros:
— É importante que a gente tenha muita paciência, muito cuidado. Eu não vou permitir que ministro meu faça política antes do tempo. Fazer política depois que chegar março ou abril de 2026, que ele tiver a convenção partidária, que ele quiser ser candidato, que quiser se afastar do governo ele pode ser candidato. Dado concreto é que eu trabalho muito para que governo tenha um candidato — disse o presidente.
Fã de Fernando Diniz
Ainda na entrevista, Lula também descartou fazer uma cirurgia no quadril antes de viagens internacionais marcadas até o começo do ano que vem. Recentemente, o presidente vem reclamando de dores na região.
— Esse é o tipo da cirurgia que é o paciente que escolhe, não é o médico que decide. Eu fui orientado o seguinte: o fêmur, quando ele tá desgastado, ele vai doendo, você vai se virando. Por enquanto, eu não penso em fazer a cirurgia — explicou.
Ao ser questionado sobre a escolha da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por Fernando Diniz para comandar a seleção de forma interina, Lula fez elogios ao treinador. Ele se disse fã de Diniz e afirmou que ele tem "personalidade" e "criatividade".
—(Diniz) tem comando do vestiário, e técnico tem que comandar o vestiário — avaliou Lula.
Na quarta-feira, o petista esteve em encontro com as filhas do apresentador Silvio Santos. Durante a reunião, de acordo com uma nota divulgada posteriormente pelo Palácio do Planalto, Lula conversou por telefone com Silvio Santos.
Patricia Abravanel, um dos principais "rostos" da emissora com o afastamento do pai do cotidiano do canal, é casada com o ex-ministro das Comunicações do ex-presidente Jair Bolsonaro, Fábio Faria (PP-RN). Segundo Paulo Pimenta, titular da Secretaria de Comunicação Social (Secom), o encontro teria feito parte de uma agenda de reuniões institucionais que o SBT tem feito com a nova CEO.