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Twitter x Threads: veja outros casos em que a Meta foi acusada de "copiar" concorrentes

Em carta enviada a Mark Zuckerberg, advogado de Musk acusa empresa de plagiar e roubar ex-funcionários da rival em nova rede

Threads - Stefani Reynolds / AFP

O Twitter está ameaçando processar a Meta, empresa dona do Facebook, Instagram e da plataforma recém lançada Threads. Em carta divulgada pelo site Semafor, o advogado da empresa de Elon Musk acusa a rede social de Mark Zuckerberg de plágio.

“Twitter reserva todos os direitos, incluindo, mas não limitado a o direito de buscar recursos civis e medidas cautelares sem aviso prévio para evitar qualquer retenção, divulgação ou uso de sua propriedade intelectual pela Meta”, diz um trecho do texto.

No entanto, não é a primeira vez que a Meta fica no centro de um polêmica como essa. Inicialmente, a gigante da tecnologia era acusada de tentar comprar rivais; nos últimos anos, entrou na mira por supostamente "copiar" ferramentas para minar a concorrência. A empresa de Zuckerberg comprou o Instagram e o WhatsApp quando despontavam no mercado e incluiu, em suas plataformas, funcionalidades semelhantes às do Pinterest, do TikTok, do Tinder e do Snapchat. Relembre os casos.

Snapchat x Stories
Talvez o caso mais famoso seja este. Depois do 'boom' da plataforma Snapchat, que permitia ao usuário publicar conteúdos por apenas 24 horas, o Facebook (hoje chamada Meta) tentou comprar a empresa, em 2013. Os donos recusaram uma oferta de US$ 3 bilhões, segundo notícias da época.

Três anos depois, a companhia de Zuckerberg lançou a ferramenta Stories, vinculada ao Instagram. A ideia era mesma, com alguns ajustes, como no tempo de duração dos vídeos e os efeitos à disposição dos usuários. Com o sucesso dos Stories, o Snapchat acabou caindo em desuso.

O Facebook também comprou o app MSQRD (Masquerade), semelhante ao Lenses, do Snapchat. Ambos permitem ao usuário criar imagens com filtros engraçadinhos sobre o rosto. Apesar disso, o serviço do Lenses tem gráficos mais sofisticados, embora o app vinculado à Meta tenha mais opções. Outra diferença é que o MSQRD deleta as publicações em 24 horas.

TikTok x Reels e Lasso
Nos últimos anos, o TikTok se tornou um dos principais rivais da Meta. A gigante chinesa de vídeos curtos caiu no gosto dos jovens e de influenciadores digitais. Para tentar fazer frente ao avanço da concorrente, que despontou principalmente durante a pandemia de Covid-19, a equipe de Zuckerberg colocou no mercado o Reels, vinculado ao Instagram, e o Lasso, no México.

Entre as semelhanças, estão a duração de 15 segundos e o fato de um vídeo suceder o outro, sem pausa. No entanto, só é possível comentar nas postagens na plataforma da ByteDance, na qual os efeitos também são considerados mais sofisticados. No Reels, é possível escolher se a publicação será vista por todos ou por seguidores, o que não ocorre na rede chinesa.

Tinder x Facebook Namoro
Depois do sucesso da plataforma de relacionamentos Tinder, o Facebook anunciou o lançamento de um serviço de namoro, que funciona dentro da rede social, embora não haja publicações. No Tinder, o usuário pode observar os perfis que estão numa determinada região, escolher ou não dar match e, inclusive, um "superlike". Os contatos, então, são feitos por mensagem, no próprio app.

Já no Facebook, em que apenas o nome e a idade são exibidos, o internauta precisa escolher manualmente o local das pessoas com que deseja interagir e pode filtrar as opções por religião, gostos, filhos.

Pinterest x Hobbi
Uma rede de compartilhamento fotos, sem interação. É a ideia do Pinterest e também da Hobbi, lançada depois pela dona do Facebook. Nas duas plataformas, o usuário consegue salvar referências de decoração, beleza, culinária. Mas o Pinterest tem funcionalidades mais apuradas de busca e recomendações.

YouTube x FacebookWatch
O YouTube é uma das redes de compartilhamento mais consolidadas do mundo. Na plataforma, o usuário pode criar perfis e divulgar vídeos — em geral, são públicos, mas podem ser restritos. Em geral, os vídeos no YouTube são mais longos e geram mais engajamento que na ferramenta FacebookWatch, criada pela equipe de Zuckerberg dentro da rede social Facebook. Além disso, o YouTube permite criar diferentes canais e filtrar conteúdos por assunto.

Twitter x Threads
O advogado, identificado no e-mail como Alex Spiro, teria enviado carta a Zuckerberg acusando-o de apropriação indevida das propriedades intelectuais do Twitter, após o lançamento do rival Threads.

Em outro trecho , o representante de Musk, diz que irá exigir que a Meta "tome medidas imediatas e deixe de usar quaisquer segredos comerciais do Twitter ou outras informações altamente confidenciais” aos quais a empresa teria tido acesso através de ex-funcionários da rede social.

O advogado acusa a Meta de roubar ex-funcionários do Twitter para usar seus segredos para acelerar o desenvolvimento do novo aplicativo. Isso violaria leis americanas que cria obrigações de sigilo a ex-funcionários da empresa de Musk.

Procurados pelo GLOBO, o Twitter respondeu aos pedidos de comentários sobre o assunto com um emoji de cocô. Essa, aliás, vem sendo a resposta padrão da empresa desde que acabou com seu departamento de comunicação no Brasil. Já a Meta não respondeu ao contato do jornal.

O que é o Threads?
O Threads é um "aplicativo de conversação baseado em texto" que é amplamente visto como uma alternativa à plataforma de mídia social de Musk. Como o Twitter, o aplicativo do Instagram permitirá que os usuários escrevam e compartilhem atualizações de texto em tempo real entre grupos de seguidores, permitindo que eles curtam, respondam, compartilhem e enviem mensagens diretas.

30 milhões de usuários
Vinte horas após seu lançamento, o "Threads" ultrapassou os 30 milhões de usuários, incluindo perfis de famosos. Mais cedo, Zuckerberg , informou em sua conta no Threads que a rede ultrapassou 10 milhões. No entanto, o número ainda está muito longe dos mais de 300 milhões do Twitter.

Zuckerberg x Musk
Vale lembrar que no dia da estreia do Threads, Zuckerberg chegou a publicar um tuíte após mais de uma década sem usar a rede social para zoar o bilionário Musk. No post publicado na rede social do rival, o dono da Meta coloca uma imagem de um duelo de dois homens-aranhas.

Semelhanças entre o Threads e Twitter
Usuários do Twitter notarão certa semelhança entre a interface da rede de Musk e o feed apresentado pelo Threads. Há uma página inicial com publicações em texto compartilhadas pelos perfis que o usuário segue, além de conteúdos recomendados de perfis para conhecer. Os posts podem ter até 500 caracteres e é possível incluir links, fotos e vídeos de até 5 minutos.