França encerra repatriação coletiva de mulheres jihadistas da Síria
Foi a quarta operação em um ano
A França encerrará a repatriação coletiva das companheiras de combatentes jihadistas e seus filhos detidos em campos controlados por curdos na Síria, depois de realizar sua quarta operação desse tipo em um ano na terça-feira (4).
"Todas as mães que expressam o desejo de deixar a Síria foram repatriadas. Não haverá mais operações desse tipo", disse uma fonte diplomática à AFP nesta sexta-feira (7), especificando que a França não pode repatriá-las à força.
Na terça-feira, dez mulheres e 25 menores chegaram à França procedentes da Síria, elevando o número total de repatriações realizadas pelas autoridades francesas para 57 e 169, respectivamente, desde 2019.
"Algumas mães muito radicalizadas disseram explicitamente que desejavam ficar na Síria", explicou esta fonte, sem especificar quantas seriam.
Em maio, uma fonte familiarizada com a situação disse à AFP que 80 mulheres francesas não desejavam "voltar".
Embora a França feche a porta às repatriações coletivas, que começaram a realizar em julho de 2022, não descarte-o individualmente no futuro.
Marie Dosé, advogada que representa as famílias de mulheres e crianças mantidas nos campos no nordeste da Síria, disse na terça-feira que ainda haveria cerca de 100 crianças lá.
Milhares de europeus viajaram para Síria e Iraque para se juntar às mães do grupo Estado Islâmico (EI), às vezes levando suas esposas e filhos com eles.
Após a queda do autoproclamado "califado" do EI em 2019, o retorno desses familiares tornou-se uma questão delicada para os países europeus. Espanha, Bélgica, Holanda, Alemanha e França repatriaram alguns familiares de combatentes do EI, detidos em campos controlados por forças curdas, como os de Al Hol e Roj.