Carro Popular

Programa de descontos para carros populares termina com 150 mil veículos contemplados, estima Anfave

Entidade que representa montadoras queria que programa se estendesse por 12 meses e fosse ampliado para outras categorias de veículos

Descontos por meio de créditos tributários oferecidos pelo governo federal, no valor de R$ 800 milhões, contemplaram pelo menos 150 mil unidades - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um mês após seu anúncio, o programa de descontos para carros populares está sendo encerrado nesta sexta-feira com avaliação positiva, disse o vice-presidente Geraldo Alckmin. Ele participou de entrevista coletiva da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que estimou que os descontos através de créditos tributários oferecidos pelo governo federal, no valor de R$ 800 milhões, tenham contemplado pelo menos 150 mil unidades.

— Salvou emprego, estimulou a indústria e ajudou os consumidores e terem carros mais tecnológicos e seguros. Foi um sucesso dada a ociosidade de quase 50% das fábricas - resumiu Alckmin.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, disse que 54 mil veículos foram beneficiados pelos descontos nas vendas de junho. Outras 79 mil unidades foram vendidas dentro do programa em junho, mas não foram emplacados no mês passado. Elas vão aparecer nas estatísticas de julho, disse Lima Leite

Do total de recursos, R$ 718 tinham sido consumidos até dia 30 de junho e o restante foi utilizado na primeira semana de julho. Os emplacamentos de carros com preço até R$ 80 mil, os chamados carros de entrada, cresceram 238% para pessoas físicas, segundo a Anfavea. Já os emplacamentos de veículos com preço entre R$ 90 mil e R$ 100 tiveram expansão de 112%.

27 mil veículos vendidos em um dia
A Anfavea contabilizou média de vendas diárias de 8,1 mil unidades do início até o dia 23 de junho. Do dia 26 até o dia 30, as vendas diárias subiram para 16,2 mil veículos, sendo que no dia 30 de junho foram vendidas 27 mil unidades, o maior emplacamento diário da história do setor.

— Cumprimos a ´proposta com carros mais baratos ao consumidor, renovação de frota e estímulo ao crescimento da economia — afirmou o presidente da Anfavea, que afirmou que as montadoras competiram pata atender o consumidor e os descontos chegaram a R$ 20 mil.

Na comparação entre maio e junho, entretanto, a produção caiu 17%, de 227,9 mil unidades para 189,2 mil. Isso, segundo o presidente da Anfavea, tem a ver com os altos estoques que havia em maio. Já no acumulado do primeiro semestre, a produção cresceu 3,7% este ano em relação a 2022, subindo de 1,092 milhão de unidades para 1,132 milhão.

Em relação aos emplacamentos, junho registrou no total 189,5 mil frente aos 176,5 mil registrados em maio alta de 7,4%. No semestre, os emplacamentos subiram de 918 mil para 999 mil unidades, alta de 8,8%.

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Segundo a Anfavea, o estoque em junho caiu para 223,6 mil unidades nas fábricas e concessionárias. Em maio, eram 251,17 mil unidades.

Desejo era 12 meses
Leite disse que o desejo da Anfavea era que o programa se estendesse por 12 meses, para que novas empresas pudessem entrar, e atingisse outros segmentos de veículos, médios e de maior valor, que também precisam de impulso.

— Mas nós temos que separar o que é desejo e possibilidade. O programa mostrou que havia demanda reprimida e consumidores que buscavam o carro popular estava distante. Com o fim do programa, haverá um aumento do preço dos veículos com o fim dos descontos — afirmou.

 

Mas ele espera que a queda de juros compense o fim do programa de descontos.

— Mas se houver a redução dos juros, como se espera, isso acaba sendo compensado. por isso, não revisamos nossa projeção para o ano. Vamos acompanhar como essas variáveis vão se comportar - resumiu o presidente da Anfavea, que prevê vendas de 2 milhões de unidades este ano.

O programa de descontos para veículos pesados, disse Leite, deve se estender por quatro meses, com total de R4 1 bilhão a serem oferecidos pelo governo em créditos tributários.