Fiscalização

Defesa Civil do Paulista informa que vistoriou 32 prédios no Janga

Segundo a representante da Defesa Civil, o trabalho é feito em conjunto com outros órgãos

Cíntia Silva, secretária-executiva da Defesa Civil do Paulista - Divulgação / Aroeira (Folha de Pernambuco)

Após um dia marcado pelo desabamento de um prédio em razão das chuvas no bairro do Janga, em Paulista, na Região Metropolita do Recife, nesta sexta-feira (7), com a confirmação de pelo menos três mortes e três pessoas resgatadas nos escombros, a Defesa Civil do município informou que está realizando uma programação de vistoria com foco nos prédios-caixão, que são mais vulneráveis a esse tipo de desastre.  

“A gente fez 32 vistorias só no Janga. Nós começamos esse monitoramento desde fevereiro desse ano, porque a gente começou a resgatar um levantamento feito pelo Itep (Instituto tecnológico de Pernambuco). Então, a Defesa Civil do Estado nos acionou, porque estamos trabalhando em parceria com o Governo do Estado. Acionou a nossa prefeitura e as demais da Região Metropolitana. Nós fizemos uma programação de levantamento de prédios caixão, que é uma preocupação. Fizemos 32 só no Janga”, informou a secretária executiva da Defesa Civil do Paulista, Cíntia Silva.

“No município do Paulista temos problemas de prédio caixão em Maranguape, Maranguape I, Maranguape II, Arthur Lundgren… Então, a gente começou uma programação porque tem mais de 200 prédios. Quando nós detectamos que pode se fazer reparos, a gente orienta, mediante parecer técnico, que eles contratem uma empresa. Quando detectamos que realmente não tem condições, a gente faz inclusive a interdição. Nós já interditamos um lá em Jardim Maranguape. Interditamos e notificamos as pessoas até do entorno, que às vezes está ocupado com comércio”, detalhou.

Segundo a representante da Defesa Civil, o trabalho é feito em conjunto com outros órgãos. “Dos 32 prédios, a gente já encaminhou alguns para a Procuradoria do Município, porque identificou e o vigilante estava lá, mas a gente precisa comunicar a administradora oficialmente que precisa lá na frente de uma demolição”, disse Cíntia.

“A gente está junto com a Procuradoria do Município fazendo já essa programação para agilizar porque realmente é uma coisa muito preocupante. A gente vai fazer esse trabalho minucioso de conscientizar as pessoas, porque às vezes elas veem uma fissura, mas ficam com medo de acionar a Defesa Civil, porque pensam ‘eles vão me tirar de casa’. Mas a gente tem que fazer essa conscientização profunda com eles”, alerta.

Quando questionada sobre o motivo das pessoas ainda permanecerem em locais interditados, ela afirmou que muitos resistem em sair desses apartamentos condenados ou retornam ao local. “O pessoal se apega e não tem pra onde ir e por isso preocupa. A gente está reconhecendo essas famílias para encaminhar elas para algum tipo de benefício e não deixar ninguém desassistido. Infelizmente é uma resistência muito grande. O pessoal não quer sair. Em situações de chuva à noite, infelizmente com Guarda Municipal e com Polícia e Conselho Tutelar”, argumenta. Segundo a gestora municipal, o município está estruturado para receber essas pessoas desabrigadas no inverno. 

Desabamento de prédio no Janga
Até o momento, três mortos foram confirmados e três pessoas foram resgatadas com vida nos escombros do prédio que desabou no bairro do Janga, em Paulista, na Região Metropolita do Recife, nesta sexta-feira (7). Foram a óbito um adolescente de 12 anos, uma mulher de 43 e um homem de 45 anos.

O resgate mais recente foi o de um adolescente de 18 anos, que foi levado para o Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista. Também foram socorridas uma idosa de 65 anos, também encaminhada para o HMA, e uma adolescente de 15, que foi levada ao Hospital da Restauração. Há, ainda, 10 desaparecidos, sendo dois homens, duas mulheres e seis crianças/adolescentes.