Guerra da Ucrânia

Rússia critica retorno de comandantes ucranianos que estavam na Turquia

Militares do Regimento Azov foram recebidos por Zelensky na Turquia

Volodimyr Zelensky e Recep Edorgan, presidentes da Ucrânia e Turquia, respectivamente, - OZAN KOSE/AFP

O Kremlin criticou, neste sábado (08), a repatriação de comandantes ucranianos que deveriam permanecer na Turquia até o fim do conflito com a Rússia em respeito a um acordo diplomático.

O fato ocorreu após uma visita do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, à Turquia. A presidência ucraniana confirmou que obteve autorização para repatriar os membros do regimento de Azov, após "negociações com o lado turco".

Zelensky recebeu os comandantes no aeroporto de Istambul, aonde chegou na véspera para uma visita que incluía uma reunião com seu par turco, Recep Erdogan.

“O retorno dos comandantes de Azov da Turquia à Ucrânia nada mais é do que uma violação direta dos termos dos acordos existentes”, condenou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pelas agências de notícias russas.

Tanto a Ucrânia quanto a Turquia violaram os termos desse pacto, que previa a permanência dos comandantes na Turquia até o fim do conflito, iniciado em fevereiro de 2022, observou Peskov.

O porta-voz associou o retorno dos membros do regimento ao "fracasso da contraofensiva ucraniana" lançada em junho, mas também à vontade de Ancara de mostrar "solidariedade" antes da reunião de cúpula da Otan, marcada para a próxima semana.

Parte do regimento Azov do Exército ucraniano, formado sobre a base do batalhão ultranacionalista de mesmo nome, foi capturada pelas forças russas após a queda de Mariupol, em maio de 2022. Os combatentes do regimento são celebrados como heróis na Ucrânia, por sua resistência em Azovstal durante o cerco a Mariupol, e criticados na Rússia por seus vínculos com o ultranacionalismo ucraniano.

No fim de setembro, a Ucrânia anunciou uma troca de 215 militares com a Rússia, incluindo os chefes de defesa de Azovstal. Naquele momento, cinco comandantes foram transferidos para a Turquia, onde permaneceriam até o fim da guerra, segundo um acordo selado com Erdogan.