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Larry Nassar, médico que abusou de ginastas nos EUA, é esfaqueado em prisão na Flórida

Preso desde 2017, ele foi atingido nas costas e no peito, mas está em condição estável

Larry Nassar - Jeff Kowalsky/AFP

Condenado em 2018 por abusar sexualmente de jovens ginastas, o médico Larry Nassar foi esfaqueado várias vezes no peito, nas costas e no pescoço na prisão federal na Flórida, nos Estados Unidos, onde cumpre pena de 60 anos pelo crime. A informação foi divulgada nesta segunda-feira por duas pessoas que têm conhecimento do caso.

Após o ataque, Nassar, de 59 anos, está em condição estável. Não está claro quando a briga começou ou o que motivou o ataque. Procurado, um porta-voz do Federal Bureau of Prisions, que administra o complexo, não respondeu até a publicação desta reportagem.

Décadas de abuso sexual
Em agosto de 2016, o jornal americano "The Indianapolis Star" publicou uma reportagem com o título "A cegueira para o abuso sexual: Como o time de ginástica dos EUA protegeu técnicos e não as crianças". O texto revelava em detalhes como os executivos da equipe ignoraram as denúncias de abuso sexual que ocorreram por anos.

Após a publicação da matéria, mais de 500 mulheres vieram a público para acusar o médico. Em 2018, ele foi sentenciado a mais de 40 anos de prisão por um juiz em Michigan. Na ocasião, admitiu ter abusado sexualmente de várias atletas ao longo de mais de 20 anos. Nasser já vinha cumprindo a pena de 60 anos desde 2017 por possuir materiais de pornografia infantil.

Em 2021, o inspetor geral do Departamento de Justiça descobriu que o FBI, a agência americana de investigação, inicialmente estragou a investigação, o que permitiu com que Nassar agredisse mais mulheres. Advogados das atletas destacaram que os agentes sabiam desde 2015 que o médico foi acusado de molestar ginastas, mas não tomaram medidas.

— Se o FBI tivesse simplesmente feito seu trabalho, Nassar teria sido detido antes mesmo de ter a chance de abusar de centenas de garotas, inclusive eu — disse à época a ex-ginasta da Universidade de Michigan Samantha Roy.

Antes de ser condenado, Nassar foi médico na Universidade Estadual de Michigan e na equipe de ginástica dos EUA, onde trabalhou com atletas de alto nível. A instituição vai pagar US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões) para mais de 300 vítimas abusadas por ele. O time de ginástica dos EUA e o Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA fizeram um acordo de US$ 380 milhões (R$ 1,8 bilhão).