8 de janeiro: PGR contraria PF e pede arquivamento de investigação contra deputado bolsonarista
André Fernandes é suspeito de ter incitado atos golpistas
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta segunda-feira o arquivamento de um inquérito que investiga se o deputado federal André Fernandes (PL-CE) incitou os atos golpistas do dia 8 de janeiro. A posição contraria a Polícia Federal (PF), que afirmou que ele cometeu o crime.
Fernandes está sendo investigado por publicações feitas antes e durante os atos do 8 de janeiro. A PGR já havia discordado da PF em inquéritos que investigam a participação de outras duas parlamentares nos atos: Clarissa Tércio (PP-PE) e Sílvia Waiãpi (PL-AP).
No inquérito em que Fernandes é o alvo, a PGR afirmou que "replicar um conteúdo já conhecido por milhares torna impossível conhecer o nível de influência da postura do investigado", e que por isso seria uma "suposição indemonstrável" demonstrar a causalidade entre as publicações dele e os atos.
A PF apontou duas publicações de Fernandes. No dia 6 de janeiro, ele divulgou que haveria o "primeiro ato contra (o) governo Lula". Depois, no dia 8, enquanto ocorriam os ataques, compartilhou a imagem de uma porta de um armário com o nome do ministro Alexandre de Moraes vandalizada, dizendo: "Quem rir, vai preso".
Para a PF, a segunda publicação indica que ele "coadunou com a depredação do patrimônio" e "e conferiu ainda mais publicidade a ela", e que isso demonstraria "sua real intenção com aquela primeira postagem, que era a de incitar a prática delituosa".