Justiça

Juiz concede liberdade provisória a hacker da Lava-Jato

Walter Delgatti Neto terá que utilizar tornozeleira eletrônica e apresentar relatório sobre uso de internet

Walter Delgatti Neto, um dos presos por hackear o celular de autoridades - Reprodução/Instagram

A Justiça Federal do Distrito Federal determinou a liberdade provisória do hacker Walter Delgatti Neto, que foi preso no mês passado por descumprir medidas cautelares. Ele terá que cumprir novas determinações, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Delgatti ficou conhecido em 2019 por invadir perfis no aplicativo Telegram e vazar mensagens de procuradores da Operação Lava-Jato. No mês passado, ele foi preso após a Polícia Federal (PF) apontar que ele descumpriu a determinação judicial de não usar a internet.

A soltura foi determinada no domingo pelo juiz federal Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, o mesmo que havia ordenado o retorno à prisão. Leite alegou que o hacker "já passou tempo razoável encarcerado" e que não é "possível que haja restrição total de sua liberdade de locomoção".

O magistrado afirmou que Delgatti terá que apresentar à PF um relatório mensal sobre sua atividade na internet, detalhando, por exemplo, os sites que acessar por motivos de trabalho. Além disso, terá que usar tornozeleira e avisar quando viajar por mais de 48 horas.

Delgatti já havia sido preso preventivamente de julho de 2019 a setembro de 2020 por causa da invasão do aplicativo Telegram, que resultou na Vaza-Jato. O hacker responde a uma ação penal acusado de interceptação telefônica ilegal (por 126 vezes) e invasão de dispositivo informático (por 176 vezes), crimes que, considerados individualmente, têm pena máxima de quatro anos de prisão.