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Novo barraco no WhatsApp do PL: após grupo ser desbloqueado, bancada continuou bate-boca e mensagens

Parlamentares do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro discordam do rumo da votação da reforma tributária

Parte da bancada do PL reunida no salão verde da Câmara dos Deputados - Divulgação/PL

Na noite de segunda-feira (10), após O Globo revelar o conteúdo de mensagens trocadas entre parlamentares do PL, o grupo de WhatsApp da bancada da sigla foi bloqueado pela segunda vez. Mesmo com apelos pela pacificação, mais um bate-boca, acompanhado de ameaça, levou o líder da sigla, Altineu Côrtes (PL-RJ), a proibir o envio de mensagens.

No domingo, o posicionamento de grupos divergentes sobre a reforma tributária causou um desentendimento generalizado, o que motivou o bloqueio de mensagens pelo líder da bancada.

Na tarde de segunda-feira, o grupo foi liberado e passou por algumas horas com relativa paz. Era aniversário de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o que contribuiu para que o assunto fosse enterrado.

Às 21h02, porém, o deputado youtuber Gustavo Gayer (PL-GO) retomou o assunto para ameaçar retaliação. Ele ficou revoltado com a publicidade de sua troca de mensagens com Vinícius Gurgel (PL-AP).

"Isso aqui é muito triste. Saber que alguém fica vazando as conversas desse grupo para a imprensa".

Às 21h19, afirmou: "Uma coisa eu garanto. Esse ataque desproporcional não vai ficar assim. Falar isso e depois vazar para a imprensa é coisa de muleke".

Ele se referia à acusação de Gurgel de que Gayer teria provocado um acidente de carro por dirigir bêbado. O deputado de Goiás já negou o episódio em outras ocasiões.

Procurado pelo Globo no domingo (9), o parlamentar não quis falar sobre o assunto e preferiu enviar uma receita de bolo como resposta. Na troca de mensagens de domingo, Gayer, por sua vez, tratou de um inquérito a que responde Gurgel no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção. Ao Globo, Gurgel disse que "não é réu" e que o caso está em segredo de justiça.

A manifestação de Gayer na noite de segunda-feira fez com que o grupo retomasse a discussão.

"Sem dúvidas, mais triste ainda (do quevazar para a imprensa) é colegas de partido ficarem expondo os outros em suas redes sociais, incitando as pessoas para irem atacar os perfis dos próprios colegas!! Lamentável ...", escreveu Yury Paredão (PL-CE), aliado de Gurgel.

"Isso é um esculacho, uma covardia", escreveu Luciano Vieira (PL-RJ), também em apoio a Gurgel.

Sobre a retaliação, Paredão foi adiante: "Vcs nos atacam e agora estão nos ameaçando? A coisa pelo visto tá piorando cada vez mais.

Gayer, então, envia um emoji com um "beijinho". Paredão retoma: "Ainda bem que não fui criado e bem criado para não ter medo de gente, muito menos de quem nas redes sociais são leões (fazem tudo por audiência) e por traz são gatinhos. Vamos em frente".

Depois da nova pancadaria digital, Altineu Côrtes bloqueou novamente o grupo.

Ao Globo, Gurgel havia negado a intenção de sair do partido e criticou colegas de bancada que o atacaram no grupo. Paredão e Vieira não comentaram a discussão no grupo.