Mauro Cid descumpre decisão do STF e será acionado pela CPI na Corte, diz presidente da comissão
Arthur Maia entendeu que ex-ajudante de ordens de Bolsonaro só pode se calar em perguntas que o incriminam
O presidente da CPI do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), reclamou nesta terça-feira (11) do silêncio do tenente-coronel Mauro Cid na sessão de hoje do colegiado. Maia afirmou que irá apresentar uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).
— Infelizmente, acarretará a necessidade de nós, que não precisávamos fazer isso, fazer uma denúncia, mais uma denúncia, contra o senhor Mauro Cid ao Supremo Tribunal Federal, haja vista que a ministra do Supremo (Cármen Lúcia) determinou que aquilo que não o incriminasse ele tinha a obrigação de responder, uma vez que ele não está aqui apenas como depoente, mas como testemunha — disse o parlamentar.
A fala de Arthur Maia aconteceu depois da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) perguntar a Cid qual a sua idade, algo que ele se recusou a responder. Decisão da ministra Carmen Lúcia, do STF, permite que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro fique calado somente diante de perguntas que o incriminam. Maia, então, falou que já havia chamado a atenção do advogado de Cid para dizer "que ele estava fazendo com que o seu cliente descumpra uma ordem do Supremo Tribunal Federal".
Mensagens com teor golpistas enviadas por diversos interlocutores foram encontradas no celular de Mauro Cid, inclusive com uma minuta de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que serviria para embasar um plano contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-ajudante de ordens está preso por conta do envolvimento em uma suspeita de fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro e familiares.