Referência na área, Lisiane Lemos comanda debate sobre sustentabilidade no Recife
Evento também abordou a importância da diversidade e inclusão no universo empresarial
O Recife recebeu, nesta terça-feira (11), um encontro para debater sustentabilidade empresarial e a importância de as organizações estarem atentas à chamada área ASG, sigla para Ambiental, Social e Governança, valores cada vez mais em voga nos universos público e privado.
À frente do debate estava a advogada e especialista em tecnologia Lisiane Lemos, uma das principais lideranças jovens do país e eleita em 2017 uma das pessoas mais influentes abaixo dos 30 anos pela renomada lista da Forbes.
Como explicou a palestrante, ser sustentável no mundo dos negócios engloba, mas vai muito além das questões ambientais.
“Quando a gente fala de sustentabilidade é importante trazer o conceito. Sei que quando a gente fala, pensa que é uma coisa de compensação de carbono, de falar de impacto ambiental, mas quando a gente vai para o dicionário mesmo, quando fala de sustentabilidade, é impedir de cair. E o primeiro ponto quando se fala no mundo privado de sustentabilidade é impedir que caia toda a história que a gente construiu”, disse.
Cocriadora da Rede de Profissionais Negros, Lisiane Lemos destacou a necessidade de as empresas investirem em ASG e buscarem ambientes com mais equidade e plurais. “A gente já tem pesquisas que mostram que as empresas mais inovadoras são aquelas que investem em diversidade e inclusão e sustentabilidade, investem em retratar dentro o que a sociedade é”, comentou.
“Não existe futuro sem pensar em ASG e pensar de uma forma global, seja nas questões ambientais e sustentabilidade, como mudança climática e resíduos. Pensar o social para além da questão de filantropia mas como por exemplo o instituto conecta com o negócio e ajuda a comunidade em volta. E pensar governança para além do conselho de administração, mas como uma organização que faça a empresa perpetuar e empregar cada vez mais pessoas”, acrescentou.
Os apontamentos foram repassados durante o diálogo realizado com a especialista no auditório do Grupo JCPM, no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife. Na ocasião, Lisiane apresentou caminhos que as organizações podem seguir para iniciar uma política baseada em ASG.
“Contra dados, não há argumentos. A gente tem que saber de onde a gente está partindo. Então, número 1: a gente tem que saber o tamanho do nosso problema. Ter um censo, ter dados, ter informação, colher. Número 2: entender que o erro faz parte do processo e que vai ser difícil fazer sustentabilidade. Fazer diversidade, equidade e inclusão não é fácil e vai doer no início mas a recompensa funciona. E número 3: processos, acompanhamento e recompensa. Se a gente não mede, a gente não consegue ver se evoluiu, se retrocedeu e como a gente pode dividir com os outros”, elencou.
O evento foi prestigiado por autoridades, empresários e lideranças que atuam com políticas de inclusão. Secretária Geral da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) e CEO do Instituto Enegrecer, Manoela Alves reforçou a importância da diversidade e inclusão no âmbito empresarial.
“Esse é um movimento mundial e diz do quanto essas empresas estão comprometidas com a transformação. E essa transformação só tem um caminho: através da valorização da diversidade, da preocupação com a sustentabilidade e principalmente a partir de uma perspectiva de contribuir com um mundo melhor para as próximas gerações”, pontuou.
“Esse evento é um evento disruptivo e é um evento que traz uma mulher negra como Lisiane Lemos, com um supercurrículo para poder nos dar o melhor de sua vivência e continuar incentivando e estimulando. A reunião de pessoas que está aqui é muito poderosa, eu acredito na revolução a partir das nossas movimentações”, analisou.