Banco Central

Indicados de Lula tomam posse como diretores do BC e reforçam expectativa de queda nos juros

Gabriel Galípolo assumirá a Diretoria de Política Monetária e Ailton de Aquino Santos irá para a de Fiscalização

Banco Central - Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Os dois indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a diretoria do Banco Central (BC) tomam posse às 10h desta quarta-feira (12) em reunião fechada na sede do órgão, em Brasília.

Enquanto o ex-secretário executivo da Fazenda Gabriel Galípolo assumirá a Diretoria de Política Monetária, o funcionário de carreira do BC Ailton de Aquino Santos ficará com o cargo de diretor de Fiscalização e será a primeira pessoa negra a assumir um cargo na cúpula do BC.

Com as duas nomeações, o Comitê de Política Monetária (Copom) voltará a fazer as suas reuniões sobre os juros com todos os nove membros, incluindo o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Todos os votos têm o mesmo peso, e o grupo majoritário define os rumos da política monetária.

Com a entrada de Galípolo e Aílton, ambos já poderão participar da próxima reunião do Copom, marcada para os dias 1 e 2 de agosto. O mercado financeiro já considera, com isso, que haverá dois votos favoráveis ao corte dos juros.

Na última ata do Copom, o Banco Central afirmou que havia uma "a avaliação predominante" para se iniciar o início do corte de juros no encontro do próximo mês.
 

"Nesse debate, observou-se divergência no Comitê em torno do grau de sinalização em relação aos próximos passos. A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião."

Na terça-feira, o IBGE divulgou deflação de 0,08% em agosto, o que levou o IPCA em 12 meses para 3,16%, abaixo da meta deste ano, de 3,25%.

Na próxima reunião de agosto, o mercado irá acompanhar com atenção não só a decisão sobre os juros, mas também ser haverá alguma mudança na comunicação do BC para incorporar possíveis visões mais divergentes dos dois novos diretores.