BRASIL

CPI do MST aprova requerimentos em última sessão antes do recesso da Câmara

Outros requerimentos focam em atos da administração pública e compra de alimentos

Parlamentares dão a largada na CPI do MST - Divulgação/Bruno Spada

A CPI do MST aprovou, nesta quarta-feira (12), seus últimos requerimentos antes do início do recesso parlamentar, na próxima semana. Em votação relâmpago, feita em bloco, 21 requerimentos foram aprovados. Em foco, estão autoridades de estados como a Bahia, onde teriam ocorrido invasões irregulares do MST neste ano.

Um dos documentos aprovados pedia, por exemplo, para ouvir o Comandante da Polícia Militar do Estado da Bahia, Paulo José Reis de Azevedo Coutinho. O secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, também que comparecer. A Polícia Civil do estado é alvo de um requerimento de informações.

Outros requerimentos focam em atos da administração pública em solicitam, por exemplo, informações à Prefeitura de Juiz de Fora quanto a contratação de cooperativa para fornecimento de arroz orgânico. O requerimento do deputado Kim Kataguiri (União-SP) pede "a cópia integral do procedimento que levou à aquisição de arroz orgânico do MST pelo preço acima do valor de mercado".
 

O colegiado retomou as suas sessões nesta terça-feira com compromissos já agendados para a volta do recesso, e um acordo foi feito para retirar de pauta a convocação do ministro-chefe da Casa Civil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Rui Costa. O tema estava pautado, porém, será votado em agosto.

Em outro acordo, também foi retirado de pauta o requerimento para ouvir Walter Schalka, presidente da Suzano Papel e Celulose, empresa que teve uma propriedade invadida, em Aracruz, no Espírito Santo, no mês de abril. No seu lugar foi convocado o vice-presidente, Luís Bueno. Já a convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Edson Gonçalves Dias, que ocupou o cargo nos primeiros meses da gestão de Lula, foi aprovada.
 

Duas decisões da Câmara nas últimas semanas deixaram os trabalhos das CPIs em curso mais lentos: em viagem oficial à Europa e com os festejos de São João, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), não convocou votações importantes em plenário por duas semanas, esvaziando a presença de parlamentares em Brasília e fazendo com que os colegiados não realizassem sessões — houve apenas uma da CPI dos Ataques Golpistas no período.

Além disso, na semana passada, por causa da análise das propostas econômicas, como a Reforma Tributária, todas as comissões adiaram reuniões.

Na CPI do MST, que se tornou o principal flanco da oposição após os governistas dominarem a dos Ataques Golpistas, as reuniões têm sido marcadas por embates ideológicos acalorados. Apesar de já ter realizado dez sessões, o maior número entre as comissões em atividade, o grupo não se reúne desde 20 de junho e, mesmo com depoimentos aguardados já aprovados, como os dos ministros do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ainda não há previsão para acontecerem.