Dívidas

Endividamento afeta o setor de alimentação em Pernambuco

Cerca de 44% dos estabelecimentos alimentícios sofrem com desafios financeiros

Ed Machado/Folha de Pernambuco

Uma nova pesquisa realizada entre os dias 24 e 31 de junho pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou dados preocupantes sobre o setor de alimentação fora do lar no mês de maio. Embora tenha ocorrido um aumento no número de empresas que estão obtendo lucro, aproximadamente 44% dos estabelecimentos estão enfrentando dívidas vencidas com impostos, fornecedores ou serviços públicos.

Os dados revelam que, das empresas endividadas, 83% devem impostos federais, como imposto de renda, PIS/COFINS ou parcelas do Simples. Além disso, 61% estão em débito com impostos estaduais, 26% com encargos trabalhistas, 30% com taxas municipais, 26% com serviços de água, luz, gás e telefonia, 30% com fornecedores de insumos e 30% estão com o aluguel atrasado.

Embora o número de empresas obtendo lucro tenha aumentado de 38% em abril para 41% em maio, ainda há um índice considerável de estabelecimentos operando no prejuízo, chegando a 23%. Além disso, houve uma queda no número de bares e restaurantes trabalhando em equilíbrio, de 39% para 36%.

O presidente da Abrasel em Pernambuco, Tony Sousa, destaca a importância de medidas de apoio e incentivo para o setor de bares e restaurantes. Ele ressalta que o aumento no número de empresas com pagamentos em atraso é um sinal alarmante, especialmente o fato de que 44% dos estabelecimentos não estão conseguindo honrar suas contas vencidas. Sousa também enfatiza que, embora seja positivo haver mais estabelecimentos obtendo lucro, ainda é insuficiente. 

A pesquisa ainda revelou informações sobre o mercado de trabalho. Cerca de 46% dos bares e restaurantes pernambucanos pretendem contratar no segundo semestre do ano, enquanto 44% planejam manter seu quadro de funcionários e apenas 6% indicaram a intenção de demitir. A maioria das empresas (97%) afirma contratar funcionários sem experiência, fornecendo o primeiro emprego e capacitando a mão de obra internamente. Além disso, 83% dos estabelecimentos possuem uma política, mesmo que informal, para reconhecer e promover talentos.