EUA

Texas instala boias em rio para impedir passagem de migrantes na fronteira EUA-México

Governo local afirma que "barreira marítima impedirá travessias ilegais e contrabando humano"

Boias no Rio Grande, na fronteira do México com Estados Unidos - divulgação/Governo do Texas

O governo do Texas deu início à instalação de uma barreira feita com boias no Rio Grande, que divide os Estados Unidos e o México. Nessa segunda-feira (10), as primeiras imagens da montagem foram divulgadas e mostram os obstáculos que visam impedir a travessia de imigrantes que tentam entrar no território americano de forma irregular.

A implementação da barreira aconteceu por ordem do governador do Texas, Greg Abbott. O republicano tem se notabilizado pelas críticas à política migratória do governo federal, comandado pelo democrata Joe Biden.

Abbott chegou a enviar ônibus com centenas de imigrantes em situação irregular para a porta da residência oficial da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, em Washington. O republicano justificou a instalação da barreira com a morte de quatro pessoas - incluindo uma criança - quando tentavam atravessar o rio e se afogaram, no dia 4 de julho.

O primeiro trecho da barreira custará US$ 1 milhão, terá 300 metros de comprimento e ficará em Eagles Pass, justamente o local onde os imigrantes morreram na semana passada. Cada boia tem 1,8 metro de altura.

O anúncio do início da instalação pegou de surpresa a Comissão Internacional de Fronteira e Água, que supervisiona os recursos hídricos conjuntos dos EUA e do México. O órgão é responsável por fazer cumprir os tratados de fronteira e informou que ainda estava estudando o proposta do governo do Texas.

"Nossas portas estão sempre abertas para discussões com o Texas e recentemente compartilhamos informações com eles sobre nosso processo de licenciamento e lei federal. Estamos estudando o que o Texas está propondo publicamente para determinar se e como isso afeta nossa missão de cumprir os tratados entre os EUA e o México em relação ao delineamento de fronteiras, controle de enchentes e distribuição de água, que inclui o Rio Grande", informou a Comissão, ao Border Report.