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Equipe de Marília Mendonça é processada por família de produtor morto em acidente aéreo

Parentes de Henrique Bahia tentam conseguir na Justiça o reconhecimento do vínculo empregatício; representantes da artista confirmam ação e dizem ter tentado solução conciliatória

Henrique Bahia era produtor geral de Marília Mendonça; os dois morreram em acidente aéreo em 2021 - Reprodução/Instagram

A família do produtor Henrique Bahia entrou na Justiça para pedir o reconhecimento do vínculo empregatício dele com a equipe de Marília Mendonça. O profissional e a cantora sertaneja morreram num acidente aéreo, em 2021, em Piedade de Caratinga, Minas Gerais, onde a sertaneja faria um show. Na ação, que corre em segredo de justiça, os parentes pleiteiam os direitos trabalhistas do produtor, que trabalhou com Marília durante três anos.

Pelo Instagram, o pai do produtor contou aos seguidores que uma primeira audiência do caso ocorreu em 5 de julho, exatamente 20 meses após da tragédia. George Freitas escreveu que o reconhecimento do vínculo é importante para que o filho de Henrique, Bernardo Bahia, tenha "algum direito como herdeiro".

"Que a justiça seja feita e que reconheçam o seu vínculo empregatício, em nome do seu legado, do seu profissionalismo, e de tudo que você representou para os que trabalharam e conviveram com você! Você não só trabalhava por um escritório/artista, você vivia 24 horas em função do seu trabalho, você deu seu sangue em tudo que fez! Essa luta será até o fim de todos seus familiares e amigos, meu gordo!", destacou George Freitas, que afirmou sentir "sempre" a saudade do filho.

O Globo tenta contato com a defesa da equipe de Marília Mendonça. À "Folha de S. Paulo", a assessoria de imprensa da artista confirmou o trâmite da ação trabalhista e a realização da audiência no último dia 7. O processo é movido pelo filho de Henrique Bahia, que é representado pela mãe, por ser menor de idade. Em comunicado enviado ao jornal, a produtora Sentimento Louco Produções Artísticas e o espólio de Marília Mendonça disseram que buscaram o diálogo e uma solução conciliatória antes de a família do produtor acionar a Justiça.

Além de Marília Mendonça e Henrique Bahia, também morreram no acidente o tio e assessor da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Martins Medeiros e o copiloto Tarcísio Pessoa Viana.

Justiça negou vínculo a homem que se dizia empresário
No mês passado, a Justiça de Goiás impôs nova derrota a Gabriel Gonçalves Ramalho, que exigia R$ 9 milhões da herança de Marília Mendonça. O empresário alegava ser funcionário da cantora e ter direito à verba trabalhista. Depois da decisão de primeira instância, que negou o pedido do empresário, o desembargador Daniel Viana Júnior, do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, deu razão à família da artista e foi contra o reconhecimento do vínculo empregatício.

Ramalho foi um dos incentivadores do início da carreira de Marília Mendonça e detinha 10% dos ganhos dela. Ele se apresentava como empresário da artista, embora nunca o tenha sido de fato, de acordo com os parentes. Depois da morte da sertaneja, Ramalho acionou a Justiça para ser reconhecido como funcionário dela e acessar verbas trabalhistas sobre o valor de um salário mensal de R$ 200 mil.

No entanto, a Justiça entendeu que Ramalho não recebia salário, mas sim, um percentual sobre os ganhos da artista e não preencheria os requisitos para o reconhecimento do vínculo formal. Advogados e parentes da cantora usaram as redes sociais para celebrar a nova vitória na Justiça. A mãe da artista, Ruth Moreira, compartilhou uma mensagem do advogado Robson Cunha, em que ele citava o oportunismo do empresário e a satisfação com o desfecho do caso.