Marisa fecha 88 lojas e avança em processo de reestruturação de despesas e dívidas; ações sobem
Varejista mantém 246 lojas em operação, com foco em maximizar produtividade e resultado operacional
As ações da Marisa operam em forte alta nesta segunda-feira (17). O movimento ocorre após a companhia divulgar a atualização do seu processo de reestruturação operacional.
A Marisa informou que fechou 88 lojas com geração de caixa negativa durante o segundo trimestre, visando a preservação de pontos em que foram identificadas melhorias operacionais.
O número é um pouco menor que a previsão original de fechamento de 92 lojas.
Por volta de 15h, as ações ordinárias da Marisa subiam 8,86%, negociados a R$ 0,86 . Vale destacar que os papéis eram cotados a R$ 0,79 após o fechamento de sexta-feira.
Em patamares baixos de preços como o atual, os ativos costumam apresentar fortes movimentos para cima ou para baixo.
A empresa diz que investiu um total de R$ 44,5 milhões no fechamento das lojas, 16% menos que o previsto, e projeta ganhos de Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de aproximadamente R$ 40 milhões em 2023 e R$ 60 milhões por ano a partir do ano que vem.
A Marisa mantém 246 lojas em operação. Segundo a empresa, há o foco em maximizar produtividade e resultado operacional, com apoio do braço digital e inovações em seu modelo de negócios.
“A execução bem-sucedida do plano de fechamento de lojas e de redução de despesas é um importante passo para o fortalecimento e sustentabilidade do negócio da Marisa”, afirma a empresa, em comunicado.
Dívida com fornecedores
O enxugamento das lojas representa a conclusão da primeira etapa do processo de redução de despesas gerais e administrativas, viabilizando uma geração de caixa adicional de R$ 35 milhões por ano.
A continuidade do processo deve gerar R$ 10 milhões adicionais ao longo do segundo semestre, de acordo com a companhia.
Por fim, a Marisa diz que já renegociou dívidas com aproximadamente 90% dos seus fornecedores e 97% dos parceiros de revenda. A empresa também assinou novos contratos de aluguel com 80% dos proprietários de imóveis.
Cenário macro desafiador
A Marisa já vem enfrentando dificuldades nos últimos trimestres, sendo pressionada pelo ambiente macroeconômico mais desafiador.
Nesse contexto, são fatores de pressão a escalada da taxa de juros, a desaceleração das vendas no varejo por causa do endividamento das famílias e a crise de crédito no setor, desencadeada pelo rombo contábil da Americanas.
Pelos números não auditados divulgados no primeiro trimestre, a Marisa cresceu em 10,2% sua receita líquida no ano passado, para R$ 2,78 bilhões. Mas o prejuízo líquido saltou de R$ 93 milhões, em 2021, para R$ 390 milhões em 2022.