Desenrola: Haddad diz que 'desnegativados' podem chegar a 2,5 milhões se o Nubank aderir ao programa
Ministro diz que estímulo em crédito presumido dado pelo governo atraiu os principais bancos do país
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que o total de brasileiros "desnegativados" por dívidas de até R$ 100 pode chegar a 2,5 milhões se o Nubank aderir ao programa. Ele explicou que os principais bancos aceitaram participar do projeto, mas que o Nubank tem pouco "crédito presumido", que é o principal incentivo dado pelo governo ao setor financeiro.
- Tem um banco só que estava em dúvida de aderia ou não, porque ele tem pouca vantagem no crédito presumido e tem 1 milhão de pessoas negativadas. O Nubank. Estamos aguardando. Se aderirem, serão 2,5 milhões de CPFs (desnegativados) - disse Haddad.
O ministro concede entrevista coletiva nesta segunda-feira para tirar dúvidas sobre o Desenrola. Segundo ele, o governo liberou R$ 50 bilhões em crédito presumido para que os bancos tenham estímulo para aderir ao programa.
- Liberamos R$ 50 bilhões (em crédito presumido) para que o setor bancário faça as renegociações, no sistema de balanço financeiro. O estímulo para o banco é ter o valor da renegociação como crédito presumido com o governo. Se o desconto para a pessoa for de R$ 7 mil, o crédito para o banco será de R$ 7 mil - disse o ministro.
Os bancos que aderiram ao Desenrola se comprometeram a limpar o nome de quem estava negativado por dívidas de até R$ 100 até 31 de dezembro do ano passado. Segundo o assessor da Secretaria de Reformas Econômicas, Alexandre Ferreira, o programa já está operacional, com a adesão dos maiores bancos.
- O programa já está operacional no sistema dos bancos. Vamos ter os dados de bancos ao decorrer da semana. Os principais bancos já estão aderindo. Você entra no site do seu banco para fazer a renegociação - disse.
Sem a adesão do Nubank, a expectativa do governo é de que cerca de 1,5 milhão de pessoas fiquem com o nome limpo com a "desnegativação":
- Cerca de 1,5 milhão de pessoas devem ficar com nome limpo, com o fim da dívida de R$ 100. Essa dívida não vai poder voltar a ser negativada. Os efeitos são de forma definitiva para aquele montante - disse Alexandre.
Para os endividados que entrarem na chamada Faixa 1, ou seja, com renda de até dois salários mínimos e dívidas de até R$ 5 mil, o governo irá disponibilizar R$ 7,5 bilhões por meio do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para cobrir eventuais calotes aos bancos.