Hollywood

Série bíblica obtém autorização oficial para furar greve em Hollywood; entenda o caso

Produção religiosa veiculada pelo Globoplay, no Brasil, é a única a manter gravações de nova temporada a pleno vapor nos EUA

Atores da série 'The chosen', em meio a gravação de nova temporada - Divulgação

A série "The chosen" — veiculada no Brasil por meio do Globoplay — obteve uma espécie de autorização oficial para furar a greve promovida por atores e roteiristas de Hollywood, nos Estados Unidos. A obra bíblica, que recompõe a trajetória de Jesus Cristo, é a única produção a manter a pleno vapor, até o momento, as gravações de sua nova temporada. Como se explica esse milagre?

Os artistas e a equipe técnica de "The Chosen" foram liberados — pelo próprio Sindicato dos Atores (SAG) — a não respeitar a paralisação pelo fato de a série ser uma produção independente, sem qualquer apoio de nenhum grande estúdio. A quarta temporada está sendo gravada, atualmente, com o auxílio de US$ 40 milhões doados por fãs por meio de uma vaquinha virtual.

Nos últimos dias, representantes da série imploraram ao SAG para que eles fossem dispensados da greve. A preocupação era que, caso interrompessem os trabalhos no meio, eles não conseguissem recuperar a quantia captada de maneira independente para as novas gravações.

Por que Hollywood entrou em greve?
A greve dos atores de Hollywood foi anunciada na última quinta-feira (13). A decisão foi tomada em votação unânime do Sindicato dos Atores (SAG), em Los Angeles. Após semanas de negociações com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP) —guarda-chuva que reúne Netflix, Amazon, Apple, Disney, Warner, NBC Universal, Paramount e Sony —, o órgão sindicalista não chegou a um acordo acerca das demandas de atores.
 

— Os estúdios afirmam que estão perdendo dinheiro enquanto dão salários de centenas de milhões de dólares para seus CEOs. É ofensivo. Eles estão do lado errado da história. Todo o modelo de negócio foi alterado pelo streaming, pela inteligência artificial, temos que bater o pé. Não vamos mais aceitar isso — afirmou Fran Drescher, presidente do SAG e atriz conhecida pelo trabalho em "The Nanny". — Vocês devem compartilhar a riqueza pois não podem existir sem nós.

Com a paralisação dos atores, o SAG se une ao WGA, Sindicato dos Roteiristas que há dois meses está em greve, com piquetes nas portas de estúdios e plataformas de streaming como Disney, Warner e Netflix. Neste período, vários atores se manifestaram em apoio aos roteiristas.