Clima

Europa sofre com incêndios florestais, e Oriente Médio registra índice de calor que pode matar

Roma e Catalunha registram temperaturas mais altas da história

Turistas com sombrinhas devido ao alto calor em Madri, na Espanha - Javier Soriano/AFP

A onda de calor extremo que varreu a Europa esta semana espalhou incêndios florestais pelo continente, da Grécia à Suíça, e bateu recordes de temperatura em Roma e na região espanhola da Catalunha. A União Europeia (UE) decidiu enviar quatro aeronaves de combate ao fogo da França e da Itália para apoiar a operação na Grécia, onde as chamas que destruíram casas, nos arredores de Atenas, ainda estão queimando.

Em La Palma, nas Ilhas Canárias, parte das 4 mil pessoas obrigadas a deixar as casas já estão retornando, depois que um novo foco de incêndio foi controlado. Nos Alpes Suíços, moradores de vários vilarejos também foram retirados por causa de um foco de incêndio na floresta, na região do Valais.

Junto aos incêndios, uma onda de calor extremo vinda do Saara varreu a região do Mediterrâneo, provocando recordes de temperatura na Itália e Espanha. Na região espanhola da Catalunha, os termômetros registraram 45.1°C, a maior marca da história. Roma também viveu o maior pico de calor até hoje, com 41.8°C. A Organização Meteorológica Mundial (OMM), que acompanha as temperaturas extremas no planeta, declarou que o recorde europeu de 48.8°C, na Sicília italiana, há dois anos, pode ser ultrapassado neste verão.

A OMM alertou que os eventos extremos do clima ocorridos, nos últimos dias, em todo o Hemisfério Norte, dos Estados Unidos à China, podem se tornar o “novo normal” no planeta. A organização reforçou a urgência em cortar as emissões de gases associados ao efeito estufa.

Grécia em chamas
Focos de incêndio, nos arredores de Atenas, ainda estavam ativos nesta terça-feira. Em Loutraki, a oeste da capital grega, onde muitos atenienses mantêm casas de praia, as chamas não deram trégua. Ao norte de Atenas, outro incêndio foi alimentado por ventos fortes, em Dervenoxoria, destruindo casas e ameaçando estabelecimentos comerciais da cidade.

No sudeste de Atenas., as equipes de bombeiros conseguiram conter o fogo com a ajuda de aeronaves e helicópteros. Na segunda-feira, crianças que participavam de colônias de férias e moradores foram levados para praias vizinhas na região

Incompatível com a vida
Até no Oriente Médio, em regiões onde o calor faz parte da rotina, estão ocorrendo situações limite. Na costa sudoeste do Irã, o aeroporto internacional do Golfo Pérsico registrou um índice de calor — que mede a sensação real no corpo, com base em temperatura e umidade — atingiu assustadores 66.7°C, às 12h30 de domingo, pelo horário local, uma marca considerada acima do que o corpo humano consegue suportar em condições normais por especialistas. Não se sabe se a medição foi feita na pista de pouso, que normalmente tem asfalto, o que poderia tornar o local mais quente do que outras áreas.

Apesar de não ter sido a temperatura mais alta do dia no mundo, a combinação da temperatura (40°C) com a umidade (65%) é que levou as condições no aeroporto iraniano além do limite da saúde humana.

De acordo com o New York Times, pesquisadores da Pensilvânia indicam que pessoas saudáveis começam a vivenciar superaquecimento a partir de combinações como 37.8°C e 60% de umidade ou, em outra configuração de índice de calor, com exposição a 31.1°C e 100% de umidade. De acordo com os especialistas, a exposição prolongada a essas condições pode levar a risco de morte por acidente vascular cerebral.