RIO DE JANEIRO

Caso Henry: Câmara do Cremerj confirma a cassação do registro médico de Jairinho

Por unanimidade, os 42 conselheiros confirmaram a exclusão do registro médico de Jairo Souza Santos Junior dos quadros do conselho

Jairinho - Mário Vasconcellos/Divulgação

Em uma decisão unânime, a Segunda Câmara do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) confirmou a exclusão do registro médico de Jairo Souza Santos Junior dos quadros do conselho.

A decisão foi tomada com base nas provas produzidas no procedimento administrativo. A conclusão dos 42 conselheiros é de que as ações do ex-vereador Doutor Jairinho eram incompatíveis com a ética médica e representavam uma grave violação dos princípios fundamentais da profissão.

A 2ª Câmara considerou inaceitável o fato de Jairo não ter realizado tentativas de reanimação no enteado, o menino Henry Borel, de 8 anos, bem como sua conduta de tentar impedir que o corpo da vítima fosse periciado pelo Instituto Médico Legal (IML). Os conselheiros destacaram ainda que a simples intenção de causar mal a uma criança é totalmente incompatível com o exercício da medicina.

As teses apresentadas pela defesa de Jairinho foram rechaçadas pelos julgadores, diante do conjunto probatório, que apontou a autoria do ex-vereador nas torturas e no homicídio de Henry Borel. Segundo o Tribunal, Jairo empreendeu esforços intensos para ocultar seus atos, negando socorro imediato à criança, manipulando informações fornecidas às médicas que prestaram atendimento de emergência, além de tentar evitar que o corpo fosse encaminhado ao IML.

Para Cristiano Medina da Rocha, advogado que representa o engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai do menino Henry e assistente de acusação do processo, a exclusão de Jairo Souza Santos Junior dos quadros do CRM reforça a postura de rigor ético e responsabilidade profissional que deve prevalecer em todas as atividades médicas exercidas no Brasil.

— A decisão do colegiado, reafirma o compromisso do CRM/RJ em zelar pela integridade e excelência da prática médica, repudiando veementemente qualquer conduta que atente contra a vida e a motivação humana — afirmou o advogado.

O processo de cassação do registro médico de Jairo Souza Santos Júnior teve início em 2021. Em março deste ano, a primeira Câmara do Conselho Regional de Medicina do Rio, formada por 11 conselheiros, já havia votado, por unanimidade, pela cassação do registro médico de Jairinho.