POLÍCIA

Com pouca adesão, Polícia Civil adia passeata em protesto no Recife

Cerca de 500 pessoas eram esperadas, porém aproximadamente metade compareceu

Expectativa era reunir 500 policiais, mas apenas metade desse número compareceu - Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

Após três horas de concentração, integrantes da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) decidiram adiar a passeata em forma de protesto, prevista para acontecer nesta terça-feira (18), no Recife. Agora, o ato será no próximo dia 26, quando haverá uma reunião com o Governo de Pernambuco. A expectativa era reunir 500 policiais, mas apenas metade desse número compareceu.

Em caminhada da sede do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), no bairro de Santo Amaro, em direção ao Palácio do Campo das Princesas, o grupo pediria respostas sobre a reivindicação de melhorias “salariais e funcionais”, além da criação de um programa pensado na saúde mental, feita pela categoria há cerca de dois meses.

De acordo com informações repassadas pelo Sinpol-PE, “há mais de dois meses as pautas de reivindicação salarial e funcional foram entregues nas mãos da governadora, porém, até o momento, não houve uma resposta efetiva”.

Para o presidente do Sinpol, Rafael Cavalcanti, a ausência de posicionamento por parte das autoridades reflete “um obstáculo significativo” para toda a classe.

“A falta de diálogo e a ausência de atenção às demandas representam um obstáculo significativo para a valorização da instituição e, consequentemente, para a segurança. Além disso, há também a questão do cuidado com a saúde mental dos policiais civis. Mesmo a gente tendo provocado há alguns meses a Secretaria de Defesa Social e o Governo do Estado para que tenhamos um programa de cuidado, não obtivemos resposta. Por isso, a passeata surge como uma operação conjunta em busca da valorização, do cuidado com a categoria e do reconhecimento merecido”, disse, antes de justificar os motivos pelo adiamento do protesto policial.

Concentração em frente ao Sinpol durou três horas; no micrfone, Rafael Cavalcanti (Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco)

"Primeiro, o Governo do Estado marcou uma operação para hoje, a ‘Pernambuco Seguro’, que desmobilizou boa parte dos policiais. Segundo, a expectativa para saber se o governo vai apresentar alguma coisa no dia 26, e inevitavelmente faz com que se tente poupar energias para o momento necessário, acho que é prudente dar mais esse voto de confiança”, detalhou.

A expectativa para a nova data agora se divide entre uma maior adesão e acenos positivos às pautas propostas pelos agentes.

"Acho que aí que veremos toda a força da categoria, porque sempre há essa expectativa de ver o que o governo vai dizer, e aí quando vem, ou quando não vem alguma coisa, isso aguça o interesse do policial e também a disposição dele para ir às ruas. Tenho certeza que a categoria vai estar em massa aqui e que mais de mil policiais se farão presente”, projetou o presidente.

A reportagem da Folha de Pernambuco entrou em contato com o Governo de Pernambuco para tratar do assunto, mas a demanda acabou repassada para a Secretaria de Defesa Social (SDS), que não enviou respostas até a publicação desta matéria.