MPPE aguarda condenação de homem que segurou Mayara enquanto ex-namorado jogava ácido em seu rosto
William César dos Santos, ex-companheiro da Mayara, foi condenado na noite desta quinta-feira, no Recife; pena foi de 30 anos, três meses e 15 dias
Depois da condenação de William César dos Santos em trinta anos, três meses e 15 dias, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), agora espera que o julgamento de Paulo Henrique Vieira dos Santos, ainda sem data para acontecer, tenha desfecho semelhante. William César foi condenado por homicídio quadruplamente qualificado, por torpeza, meio cruel, recurso que impossibilitou defesa da vítima e feminicídio.
Paulo Henrique, por sua vez, é acusado de ter segurado Mayara Stefany, à época com 19 anos, para que seu amigo e ex-companheiro da mulher jogasse ácido sulfúrico no rosto dela. O crime aconteceu três meses após a separação do casal, no dia quatro de julho de 2019, no bairro de Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife.
Mayara foi socorrida inicialmente para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas, por conta do contato do ácido com a pele, precisou ser internada no Hospital da Restauração (HR), na área central da capital pernambucana. Ela foi entubada e teve face, mãos e tórax como áreas mais afetadas. Ao todo, 35% do seu corpo foi queimado e ela morreu.
William César se entregou à polícia cinco dias depois do crime e, no dia 12 de julho daquele ano, foi indiciado, junto com o amigo, por tentativa de feminicídio. Com a morte de Mayara, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) então requisitou uma alteração para que o crime fosse classificado como homicídio qualificado consumado, sendo o feminicídio uma das qualificadoras. A dupla está detida no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.
Promotora de Justiça do MPPE e representante da defesa de Mayara no caso, Eliane Gaia comemorou a posturado júri diante das teses apresentadas e citou uma pendência no processo, em referência ao segundo homem.
“O júri foi extremamente favorável, porque acolheu todas as nossas teses. Há uma pendência, porque Paulo participou ativamente desse crime. Ele auxiliou para que o crime ocorresse. A gente espera, então, que ele também seja condenado quando vier”, projetou Eliane.
“A gente nunca espera que um homem mate uma mulher, porque ela se recusou a viver com ele”, finalizou.