Conheça a história de Ary Borges, jovem estrela que conquistou um bicampeonato estadual pelo Sport
A maranhense meio-campista superou tabus e dificuldades para se tornar uma estrela mundial, assinando um hat-trick em sua estreia na Copa do Mundo
Destaque na goleada do Brasil por 4x0 diante do Panamá, nesta segunda (24), no Hindmarsh, pelo Grupo F da Copa do Mundo feminina, a meia Ary Borges tem uma relação próxima com Pernambuco. Natural do Maranhão, a atleta tem passagem pelo Sport, sendo bicampeã pernambucana (2017-2018). Logo na estreia em um Mundial com a camisa amarelinha, a atleta balançou as redes três vezes - foi a quarta brasileira a marcar um "hat-trick" no torneio. Com o resultado, a Seleção é líder da chave, com três pontos. O próximo jogo é contra a França, dia 29, em Brisbane, e Jamaica, dia 2 de agosto, em Melbourne.
“Nem nos meus melhores sonhos. Foi um dia muito especial, um misto de emoções. Fiquei feliz, ansiosa, chorei, enfim, fiquei pensando o que poderia fazer na partida. Nunca imaginei que seria da forma que foi. Estou muito feliz pelos três gols, mas muito mais pela grande partida que o time fez. O mais importante era sair com os três pontos” comemorou.
Conheça a história de Ary Borges
Ariadina Alves Borges, ou somente Ary Borges, é natural de São Luís, Maranhão, e mudou-se para São Paulo aos 10 anos. Em sua infância, foi cuidada pela avó, e somente quando chegou à capital paulista é que conheceu seus pais. Eles se mudaram em busca de uma vida melhor na cidade. Sua carreia no futebol começou ali, nas categorias de base do Centro Olímpico. Embora a mãe estivesse próxima de se tornar uma atleta, foi o pai que a cativou ao levá-la aos campos de futebol.
“Meu pai conta que queria um menino para jogar futebol com ele, então amou ser uma menina que amava jogar futebol. Meu pai foi uma pessoa muito ativa no processo. Depois que a gente se conheceu, ele me levava para jogar. Acordava cedo para me levar. Descobriu o Centro Olímpico, meu clube formador. Minha família foi um diferencial muito grande", afirmou, em entrevista ao site da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A influência positiva dos pais, primos e tios ajudou Ary a escolher a profissão dos sonhos. “Tive muita sorte por ter uma família que me apoiou. Meus tios sempre gostavam de jogar futebol, então sempre achavam legal em ter uma menina que gostava de jogar. Sempre me protegeram em questões de ‘ah, Ary não vai jogar porque ela é menina’, meus primos sempre me defenderam com unhas e dentes”, contou.
Carreira no profissional e trajetória na Seleção Brasileira
A partir de 2017, quando a atleta tinha 18 anos, foi contratada pelo Sport e sagrou-se bicampeã do Campeonato Pernambucano nos anos de 2017 e 2018. Foi em Pernambuco que Ary recebeu sua primeira convocação, e disputou pelo sub-20 da Seleção brasileira a Copa do Mundo da categoria em 2018, na França. Em seguida, foi contratada para compor o elenco do São Paulo, onde alcançou ainda mais reconhecimento.
Em 2021, transferiu-se para o time rival, Palmeiras, contribuindo para o vice-campeonato do Brasileiro. No ano seguinte, em 2022, conquistou a sua primeira Libertadores. No final desse mesmo ano, Ary viveu uma mudança significativa em sua carreira, com o anúncio de sua contratação pelo clube americano Racing Louisville.
Já na Seleção Brasileira principal, Ary estreou em 2020, conquistando a Copa América 2022, disputada na Colômbia. A convocação para disputar sua primeira Copa do Mundo surgiu como algo natural, diante do futebol que a atleta vinha apresentando.
A atleta faz parte da renovação proposta pela técnica Pia Sundhage. Apesar de haver 11 estreantes na equipe, o elenco conta com um equilíbrio importante, graças à presença de jogadoras experientes como Marta, Tamires e Bia Zaneratto. A meio-campista acredita que essa mescla é exatamente o que a seleção precisava para encarar o desafio do mundial com confiança.