SAÚDE

Congresso no Recife reúne profissionais que tratam de fissuras lábio palatinas

Objetivo do evento é discutir o aprimoramento de conhecimento sobre a área e conectar os profissionais de saúde

Congresso tem como objetivo aprimorar os conhecimentos sobre fissuras lábio palatinas e anomalias craniofaciais - Wagner Pereira/Divulgação

Com o intuito de reunir profissionais, estudantes da saúde e trabalhadores do terceiro setor, acontece o 12º Congresso Brasileiro de Fissuras Lábio Palatinas e Anomalias Craniofaciais, de 17 a 19 de agosto, no Centro de Eventos do Recife, na Imbiribeira, Zona Sul da cidade. Esta é a primeira vez que o encontro acontece em solo pernambucano, e deve aprimorar os conhecimentos sobre a causa, garantindo a eficiência e ação das pessoas presentes no local.

Os interessados devem se inscrever no site da Associação Brasileira de Fissuras Lábio Palatinas até o dia 31 de julho. Os valores vão de R$ 540 a R$ 830, para associados, e de R$ 820 a R$ 1.200, para não associados. Estudantes e trabalhadores do terceiro setor devem pagar de R$ 280 a R$ 350. O pagamento deve ser feito por transferência bancária ou PIX.


O que são essas anomalias?
Essas fissuras são uma espécie de malformação congênita que afetam o desenvolvimento do lábio superior ou do céu da boca de uma pessoa e pode variar, no que se refere à gravidade, chegando, inclusive, a interferir na capacidade de fala, voz, audição, cognição e estética facial do paciente. Também pode colocar em risco a sobrevida da pessoa, já que existe a possibilidade de afetar a respiração.

Especialista no assunto, doutor Rui Pereira, que é cirurgião plástico chefe do Centro de Atenção aos Defeitos da Face (Cadefi), fala sobre a importância do evento que, segundo ele, deve abordar a excelência no tratamento dessa malformação congênita.

"Hoje a gente sabe a importância do estudo da genética, então os especialistas que vão participar do congresso vão propor tratamentos mais adequados e individualizados para cada paciente, além de falar do impacto que isso tem sobre a sociedade atual", diz.

Centros que tratam a fissura
De acordo com Tatiana Marques, organizadora do 12º Congresso Brasileiro de Fissuras Lábio Palatinas e Anomalias Craniofaciais, os dois centros que mais operam fissuras lábio palatinas no Brasil são o Centrinho, que fica em Bauru, no Interior de São Paulo, e o Cadefi, localizado no Imip, no bairro dos Coelhos, área central do Recife, onde o doutor Rui Pereira opera. O local atende pacientes do Norte e Nordeste.

"É um congresso muito importante. Nós estamos trazendo mais de 50 palestrantes e conferencistas de vários países, como Holanda, Itália e Estados Unidos", afirma Marques.

O tratamento, ainda segundo Tatiana, é de caráter multidisciplinar, tendo a cirurgia plástica, a ortodontia, a nutrição, a psicologia e a fonoaudiologia como tratamentos aliados e indispensáveis à reabilitação completa dos pacientes.

"A pessoa que tem fissura passa pela reconstrução do céu da boca, e aí são implantados os dentes e os aparelhos ortodônticos, por isso a necessidade de um ortodontista. O fonoaudiólogo age para que a pessoa aprenda a falar, pois, às vezes, tem que fazer uma cirurgia de língua ou de revestimento da boca. A nutrição serve para ensinar a pessoa a mastigar. Já o psicólogo auxilia na questão mental, por conta do bullying e outros complexos enfrentados", pontua ainda.

Patrocínio internacional
O congresso é patrocinado pela Smile Train, que é uma organização não governamental sediada nos Estados Unidos que atua em mais de 80 países com o lema “Ensinar a Pescar”. Ela promove, através de apoio financeiro e educacional, a melhoria dos centros de atendimento, buscando a excelência no tratamento das pessoas com fissuras lábio palatinas.

No terceiro setor, a Casa Sorrir serve de lar temporário para os pacientes do Cadefi. A instituição sem fins lucrativos sobrevive de doações e recebe cerca de 55 pacientes por mês.