CASO MARIELLE FRANCO

Após Deltan, Moro também questiona delação: "Que cheguem no mandante e mordam a língua"

Senador relembrou que o método de investigação foi criticado pelo PT durante a operação Lava-Jato

Sergio Moro - Divulgação

O senador Sergio Moro (União-PR) questionou a receptividade da esquerda em relação ao uso da delação premiada no caso da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018 na cidade do Rio de Janeiro. A declaração foi dada ao jornal Folha de S.Paulo após o ex-policial militar Élcio Queiroz ter feito delação premiada à Polícia Federal sobre o crime.

— A colaboração premiada, apesar de demonizada pelo PT, revelou as roubalheiras na Petrobras durante o governo Lula, e agora é invocada pelo PT para confirmar o que já sabíamos, que Lessa é o suspeito do assassinato de Marielle. Espero que cheguem no mandante e mordam a língua ao criticarem métodos modernos de investigação — disse o senador ao jornal.

O ex-juiz federal da Lava-Jato se refere às críticas feitas pelo PT durante a operação. Na ocasião, os aliados do presidente Lula (PT) se opuserem ao instrumento.

Mais cedo, o ex-procurador Deltan Dallagnol também havia questionado o uso da delação na resolução do assassinato da vereadora carioca e do seu motorista, Anderson Gomes.

"Delação agora é prova? Até ontem, o PGR tava desdenunciando e o STF tava desrecebendo denúncias adoidado contra corruptos sob o fundamento de que apenas a delação não é suficiente. Alguma lei deve ter mudado… Ou o que mudou foi a capa dos autos? ", ironizou o ex-procurador.