Suspeito de atirar garrafa em torcedora foi identificado após análise de vídeos e câmeras do estádio
Segundo o DHPP, torcedor do Flamengo atirou a garrafa cujos estilhaços atingiram Gabriela Aneli, depois trocou de camiseta e entrou no estádio; ele foi detido nesta terça
Por volta das 6h desta terça-feira (25), agentes da Polícia Civil de São Paulo prenderam o professor Jonathan Messias Santos da Silva, 33 anos, em Campo Grande, no Rio de Janeiro, que é suspeito de ter atirado a garrafa que atingiu e matou a torcedora do Palmeiras Gabriela Anelli. Para chegar ao suspeito, peritos do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) fizeram uma linha do tempo sincronizando os vídeos e áudios da briga que ocorreu em frente ao Allianz Parque em 8 de julho, e identificaram o momento em que a torcedora foi atingida por estilhaços - que batia com o momento em que Jonathan atirou a garrafa.
A delegada Ivalda Aleixo explicou que houve um trabalho de campo, em que investigadores foram até os prédios nas proximidades do estádio para encontrar os vídeos originais, o que permitiu analisar as imagens com mais precisão. Pouco após atirar a garrafa, Jonathan, que estava de camiseta cinza, coloca uma camiseta do Flamengo e entra no estádio. O reconhecimento facial que o Allianz Parque utiliza no acesso dos torcedores e as câmeras internas do estádio também ajudaram na identificação.
— Conseguimos as câmeras internas do Allianz Parque e foi possível identificar as condutas dos torcedores. Naquela confusão, alguém tinha jogado uma garrafa, outro tinha jogado um copo e foi individualizada a conduta de cada um. Pelas imagens, ele foi a única pessoa que jogou a garrafa no momento em que a Gabriela é atingida, ele está muito bem identificado. Ele entrou no estádio, passou pelo reconhecimento facial, e com pesquisa de bancos de dados a gente o identificou. Através de um software específico, as imagens foram transformadas em uma linha do tempo. Tem uma imagem de quando ele se levanta e lança uma garrafa, naquele momento não havia nenhuma outra garrafa que atingiu a Gabriela — detalhou a delegada.
Ainda segundo a delegada, Jonathan é casado, tem um filho e faz parte da torcida organizada Fla Manguaça. Ele não tem antecedentes criminais e estava dormindo quando os policiais chegaram em sua casa. Jonathan foi preso temporariamente e levado ao Departamento de Homicídios do Rio de Janeiro, onde fez exame de corpo de delito.
Ele será transferido para São Paulo ainda nesta terça-feira, onde prestará depoimento no DHPP. Após a oitiva, a polícia vai avaliar se o indicia por homicídio doloso, e se pedirá sua prisão preventiva. Por enquanto, ele é o único investigado pela morte de Gabriela.
O delegado Antônio Carlos Desgualdo destacou que “vários objetos foram arremessados”, como copos e gelos, e que por isso foi necessário trabalhar com exclusão, pois o que atingiu Gabriela foi uma garrada de vidro.
— A partir do momento em que ela se fere, qualquer outro objeto não é mais compatível com a causa de morte dela. A garrafa é arremessada, bate no portão e, através do som das imagens, que foi isolado, dá pra ver que a garrafa estilhaça e a vítima está bem próxima. Foi arremessada a poucos metros de distância. Foi um pequeno ferimento no pescoço que causou uma grande hemorragia nela. Mas é uma prisão temporária, uma prisão para investigação, não descartamos nada — explicou o delegado.