Marielle Franco

Caso Marielle: Maxwell Simões, o Suel, chega a Brasília e será transferido a presídio federal

Delação aponta que ex-bombeiro atuou no monitoramento dos passos da vereadora

O ex-bombeiro Maxwell Simões Correa é investigado por participação no caso Marielle Franco - Reprodução - Arquivo/Guilherme Cunha/Alerj

O ex-bombeiro Maxwell Simões, o Suel, chegou a Brasília na tarde desta terça-feira. Ele foi preso por suspeita de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ele será transferido para a penitenciária federal de Brasília, de segurança máxima.

De acordo com a decisão que determinou sua prisão, a permanência em um presídio comum "poderia pôr em risco a ordem pública e toda a segurança do Estado do Rio de Janeiro".

A prisão preventiva de Suel foi determinada pelo juízo da 4ª Vara Criminal da Capital. A decisão advém de provas apresentadas pelo Ministério Público, que apontaram para a ligação do ex-bombeiro com o crime, antes, durante e depois dos assassinatos. Marielle e Anderson foram assassinados na noite de 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, região central do Rio

Sua ligação com o caso Marielle, além do monitoramento dos passos da vereadora, englobariam, ainda, a troca da placa do carro usado no assassinato e o desmanche do veículo. Cápsulas e munições usadas no crime também teriam sido desfeitas por ele.

O ex-bombeiro "ostentaria patrimônio incompatível com suas receitas", além de indícios de que integra a exploração de serviços de "gatonet" no bairro de Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio.

Primeira confissão desde o assassinato, a delação do ex-policial militar Élcio de Queiroz descreve que ele próprio dirigia o Cobalt usado na noite do crime, enquanto o colega Ronnie Lessa é apontado como o responsável por atirar contra as vítimas.

Suel, já havia sido detido anteriormente, em 2020. Ele é apontado como cúmplice do ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle e Anderson. O ex-bombeiro é acusado de ter cedido um carro para a quadrilha de Lessa esconder as armas por uma noite, logo após a prisão do sargento, ocorrida em março de 2019, antes de um de seus comparsas jogá-las no mar para evitar a apreensão. A polícia cogitou que uma das armas pode ter sido usada no ataque contra Marielle.

O veículo de Suel ficou estacionado no pátio de um supermercado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Suel, segundo as investigações, tentou plantar falsas testemunhas para esconder a propriedade do carro, mas elas foram desmentidas.