Futebol

Entenda por que 17 das 23 convocadas da Seleção Feminina recebem auxílio do governo

Benefício é voltado para o fomento de modalidades esportivas, como o futebol feminino

Seleção Brasileira Feminina na Copa do Mundo - Brenton Edwards/AFP

O Brasil estreou com o pé direito na Copa do Mundo de Futebol Feminino 2023, goleando a seleção do Panamá e assumindo a liderança do grupo F da competição. Destaque na vitória por 4x0, a meio-campista Ary, que marcou três gols, é uma das 17 atletas — entre as 23 convocadas — que recebem o Bolsa Atleta, benefício do governo voltado para o fomento de algumas modalidades esportivas no país, entre elas o futebol feminino.

Segundo o Governo Federal, o benefício é “dividido em cinco categorias: Base; Estudantil; Nacional; Internacional e Olímpico/Paralímpico, com repasses mensais que variam de R$ 370 a R$ 3.100”. O investimento anual nas 17 jogadoras da seleção contempladas (dez na categoria Internacional e sete na Olímpica do Bolsa Atleta) é de quase meio milhão de reais.

"A Copa do Mundo de Futebol Feminino traz um espírito e um ambiente próprios, de participação da mulher no esporte, na sociedade, de romper barreiras ao entrar definitivamente nesse mundo do futebol, que é muito masculino. [...] Esse caminho foi trilhado por outros países e nos mostra que teremos resultados incríveis", destacou a ministra do Esporte, Ana Moser, que acompanhou o jogo ao lado do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Além de Ary Borges, atletas como Bia Zaneratto, autora do outro gol brasileiro na estreia, estão no grupo — Ary na categoria Internacional e Bia na Olímpica. Segundo dados do Governo Federal, nesse momento, o Bolsa Atleta “contempla 213 atletas de todo o país [...] 60 na categoria Internacional, 11 na categoria Olímpica e 142 na categoria Nacional”, com um “investimento anual de R$ 3,3 milhões”.

Desde a sua implementação, em 2010, 716 bolsistas foram contemplados, com um investimento total de R$ 24 milhões.

Destaque da estreia

Ary Borges, de 23 anos, fez um hat-trick em sua estreia em Mundiais e ainda deu um passe de calcanhar para o quarto gol de Bia Zaneratto. E já é a artilheira da competição. Ary é a representação da evolução do Brasil no ciclo sob o comando de Pia Sundhage, que renovou metade do elenco, mas conta com larga experiência internacional. Se ainda não pode ser colocada na prateleira das maiores favoritas, a seleção certamente será competitiva contra qualquer adversária.

Nascida em São Luís, a meio-campista marcou o primeiro gol do Palmeiras na final da Copa Libertadores em outubro do ano passado, parte da goleada por 4 a 1 sobre o Boca Juniors. Além disso, ela teve uma média de quase um gol a cada dois jogos no Campeonato Brasileiro de 2022. Três meses antes, ela havia conquistado a Copa América, quando a Seleção venceu a anfitriã Colômbia por 1 a 0 na final.

Nesta temporada, ela passou a jogar pelo Racing Louisville, fortalecendo a "invasão brasileira" na NWSL, principal liga dos Estados Unidos. Ela busca um espaço na equipe titular, e já entrou em campo em 13 oportunidades, marcando um gol. Fora de campo, ela se posiciona contra todo e qualquer tipo de preconceito: “A consciência social é muito natural para mim”, disse ela.