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Taxação dos super-ricos: "Brasil criou uma conta paradisíaca para 2 mil famílias", diz Haddad

Governo vai enviar, em agosto, uma série de medidas com foco no aumento da arrecadação

Fernando Haddad - Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, nesta quarta-feira (26), o projeto do governo para taxar os chamados fundos exclusivos, que são usados por famílias de alta renda e pagam impostos apenas na hora do resgate dos investimentos. A ideia é estabelecer o chamado regime de "come-cotas", com cobranças semestrais sobre os rendimentos, como já acontece com os fundos tradicionais.

- Ninguém está querendo tomar nada de ninguém, estamos cobrando o rendimento deste fundo. Como qualquer trabalhador, você paga o imposto de renda. Não tem sentido uma pessoa que tem R$ 300 milhões de patrimônio rendendo estar em um paraíso fiscal só dele. O Brasil criou uma conta paradisíacas para essas 2 mil famílias - afirmou.

O ministro também afirmou que está nas mãos do Congresso Nacional a decisão final sobre as medidas de ajuste do orçamento do governo para os próximos anos. Haddad participa de entrevista com o portal Metrópoles.
 

— A última palavra é do Congresso. Se amanhã o Congresso não aprovar as medidas (de ajuste fiscal), vai precisar ser ajustado — disse.

Nesta manhã, a agência de classificação de risco Fitch anunciou uma melhora na nota de crédito do Brasil - de "BB-" para "BB" - e indicou expectativa de estabilidade para o ranking do país. Quanto menor a nota, maior será a perspectiva dos governos apresentarem risco de dar calote. Países com boa classificação, por outro lado, são atrativos para investimento.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a decisão da Fitch, que elevou a nota de crédito do Brasil (rating soberano), anunciada nesta quarta-feira. A classificação subiu de "BB-" para "BB". A perspectiva é estável.