Paraná decreta emergência zoosanitária por 180 dias, após casos de gripe aviária
Medida tem objetivo de agilizar atendimento de casos suspeitos e combater a doença. Vírus foi detectado pela primeira vez no Brasil em maio
O Paraná decretou, nesta semana, emergência zoosanitária em todo o estado pelo prazo de 180 dias após detecção de gripe aviária. Ao todo, são sete casos em aves silvestres migratórias no litoral do estado.
Segundo o governo do Paraná, todos os casos já foram declarados encerrados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A medida, de acordo com comunicado, busca agilizar atendimento de casos suspeitos e facilitar o acesso a recursos para combater a doença.
— É importante deixar claro que essa é uma medida protetiva. Com esse decreto podemos agir de maneira muito mais rápida, livrando-nos de algumas barreiras burocráticas caso se detecte a gripe aviária — disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
A decisão, que teve aprovação do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), é uma forma de alinhar as ações com o Mapa. Em maio, a pasta já havia decretado estado de emergência zoosanitária, após a descoberta de novos casos de infecção pelo vírus da influenza aviária.
O Ministério, na ocasião, orientou que decretos semelhantes fossem adotados pelos demais estados. Até agora, segundo comunicado do governo do Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Tocantins também já adotaram medidas semelhantes.
Sem registro na produção comercial
Não há, no entanto, registro da doença na produção comercial, o que justifica o status brasileiro de livre da enfermidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), segundo informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
— É uma medida cujo objetivo é desburocratizar processos para ganhar maior agilidade nas ações de monitoramento a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade. É uma medida de antecipação, basicamente preventiva, com o propósito de dar celeridade às respostas de ação por meio da integração do Ministério com órgãos estaduais, liberação de recursos, entre outros — explicou o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Santin acrescenta que os protocolos de segurança são seguido pelos produtores.
— As agroindústrias e produtores do Paraná e de todo o País seguem com os protocolos de biosseguridade em níveis elevados, preservando as unidades produtoras perante a enfermidade.
Evitar contato com animais silvestres
A doença foi detectada pela primeira vez em território brasileiro no dia 15 de maio deste ano em aves silvestres. Como já mostrado pelo GLOBO, a principal medida de prevenção contra a doença é o controle dos animais infectados.
A ABPA esclarece que o contágio de humanos é raro, são menos de 900 registros segundo a Organização Mundial da Saúde em toda a história. Para a população, a recomendação é evitar contato próximo com aves silvestres, que podem transmitir a doença. O consumo de alimentos como carne e ovos de aves é seguro.