BRASIL

Tebet foi aconselhada por Haddad a "não entrar em bola dividida" sobre indicação no IBGE

Ministra do Planejamento se resignou com a escolha, por ter partido do presidente Lula, e optou por não polemizar a indicação

Arcabouço fiscal - Simone Tebet e Fernando Haddad detalham novas regras fiscais do governo Lula - Diogo Zacarias / MF

O anúncio do novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, na quarta-feira, foi combinado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo interlocutores da equipe econômica, o plano foi acabar com as especulações em torno do nome e ver também a reação da ministra do Planejamento, Simone Tebet.

Tebet já tinha sido informada pelo próprio presidente Lula de que Pochmann é uma escolha pessoal, mas foi atropelada por Pimenta na hora do anúncio. Caberia a ela fazer o pronunciamento, pois o IBGE é ligado à sua pasta.

Contudo, ao dizer nesta quinta-feira que "acataria" qualquer nome, a ministra "reduziu a fervura" em relação ao problema. Ela deu a declaração ao chegar ao Ministério da Fazenda para se encontrar com o ministro Fernando Haddad. Durante a conversa, Haddad teria sido solidário à ministra.

Embora a veiculação de nome de Pochmann para o IBGE tenha causado apreensão em toda equipe econômica, Haddad teria dito à ministra que não valia a pena entrar nessa "bola dividida". O argumento da escolha pessoal pelo presidente inviabilizou qualquer discussão, afirmou um técnico.

 

Tanto para a ministra quanto para a equipe do Ministério do Planejamento, que ficou decepcionada com a escolha, o sentimento foi de resignação, resumiu um técnico. A estratégia é trabalhar para assegurar a manutenção da credibilidade do IBGE e a política de divulgação dos resultados das pesquisas.

Pochmann dever assumir em meados de agosto. Antes vai se reunir com Tebet e com o presidente Lula.