Trump diz que irá manter candidatura presidencial mesmo se for condenado
Reação ocorre um dia após procuradores federais acrescentarem três acusações graves à sua denúncia seu manuseio de documentos confidenciais
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmou nesta sexta-feira (28) que irá manter sua candidatura para retornar à Casa Branca mesmo se for considerado culpado e condenado em qualquer uma das investigações criminais que estão sendo realizadas contra ele.
A reação ocorre um dia após procuradores federais acrescentarem três acusações graves à sua denúncia seu manuseio de documentos confidenciais.
Questionado pelo radialista conservador John Fredericks se uma decisão desfavorável interromperia sua campanha, Trump respondeu rapidamente: "De jeito nenhum. Não há nada na Constituição que diga que deveria".
De acordo com o principal candidato do Partido Republicano, "até mesmo os loucos da esquerda radical dizem que não, que isso não me impediria. Essas pessoas estão doentes", disse.
O ex-presidente dos EUA ainda destacou que seus antecessores, incluindo o democrata Barack Obama (2009-2017) e o republicano George W. Bush (2001-2009), "pegaram documentos" dos arquivos da Casa Branca, sugerindo falsamente que tiveram conduta semelhante aos supostos crimes dos quais ele é acusado.
"Nunca ninguém passou por isso. Isso é uma loucura", acrescentou, afirmando que não fez nada de errado.
No mês passado, o magnata republicano, que sobreviveu a dois julgamentos no Congresso, foi indiciado pela primeira vez no caso dos documentos confidenciais.
De acordo com o tribunal, ele é responsável por colocar em risco a segurança nacional ao armazenar informações nucleares e de defesa ultrassecretas após deixar a Casa Branca.
Acúmulo de processos
Trump também enfrenta dezenas de acusações por crimes graves em um caso que envolve pagamentos secretos a uma atriz pornô em Nova York e se prepara para uma acusação em investigações estaduais e federais separadas sobre seus esforços para anular as eleições de 2020.
Na última quinta-feira, no âmbito das investigações sobre os documentos secretos, o promotor especial Jack Smith alegou que Trump pediu para um trabalhador de sua residência de veraneio na Flórida que apagasse imagens dos circuitos internos de segurança para obstruir a investigação.
O magnata, que está citado para ir a julgamento durante o momento mais acalorado da campanha entre março e maio do ano que vem, nega qualquer irregularidade.
Trump também foi acusado de reter, de maneira ilegal, informações de defesa nacional sobre um documento que, segundo a acusação, ele teria mostrado a jornalistas em seu clube de golfe de Nova Jersey.
A desafiadora entrevista radiofônica de Trump ocorre quando ele e seu rival republicano, Ron DeSantis, se preparam para aparecer no Jantar Lincoln, que o partido organiza todo ano em Iowa.
Trump ampliou sua vantagem de 13 pontos, em fevereiro, para 34 agora, enquanto DeSantis não foi capaz de se conectar com os eleitores e se viu envolvido em controvérsias.
Nesta semana, a campanha de DeSantis foi forçada a demitir um membro que promoveu um vídeo que apresentava imagens nazistas.
Além disso, o candidato causou indignação ao sugerir que escolheria o teórico da conspiração antivacinas Robert F. Kennedy Jr. para liderar sua política de saúde pública.
DeSantis disse ao "The Megyn Kelly Show" de SiriusXM, em um trecho previsto para ir ao ar nesta sexta, que era contra ao processo movido contra o ex-presidente.
"Vou fazer o que é o correto para o país. Não acredito que seja bom para o país que um ex-presidente de quase 80 anos vá para a prisão (...) Acredito que o país quer um novo começo", declarou.