Saúde

O que a hora da soneca revela sobre o desenvolvimento do cérebro do seu filho

Crianças que cochilam mais durante o dia tendem a ter habilidades cognitivas piores e menor vocabulário

Os resultados da pesquisa mostram que as crianças que cochilam com menos frequência tendem a ser mais eficientes no processo de consolidação das informações - Freepik

O hábito de tirar cochilos pode ser observado como sinalizador sobre o desenvolvimento da criança, aponta novo estudo Universidade de East Anglia, na Inglaterra. Segundo os cientistas, bebês que cochilam mais tendem a ter um vocabulário menor e ter habilidades cognitivas piores, comparados aos que dormem menos durante o dia.

A pesquisa, publicada na revista JCPP Advances, revela que a explicação para isso está na eficiência do cérebro em consolidar as informações durante o sono. Foram estudados os comportamentos de 463 bebês com idades entre oito meses e três anos no período de lockdown durante a pandemia de Covid-19.

Para compreender o nível de aprendizado dos participantes, os pais foram questionados sobre os padrões de sono de seus filhos, a capacidade deles de concentração em uma tarefa, de manter informações em sua memória e o número de palavras que eles entendiam e podiam falar.

Os resultados da pesquisa mostram que as crianças que cochilam com menos frequência tendem a ser mais eficientes no processo de consolidação das informações. Enquanto as que dormem mais vezes durante o dia tendem a ter dificuldade na aprendizagem.

No entanto, os pesquisadores, observando a relação como efeito e não causa, desaconselham os pais tentarem reduzir os números de cochilos dos filhos, pois isto não facilitará o desenvolvimento do cérebro. Inclusive, pode ser causar um impacto negativo.

— Mas nossa pesquisa mostra que a frequência com que uma criança cochila reflete sua necessidade cognitiva individual. Algumas são mais eficientes na consolidação de informações durante o sono, então cochilam com menos frequência. Mas crianças pequenas cochilam naturalmente pelo tempo que precisam e devem ter permissão para fazer exatamente isso — afirma Teodora Gliga, autora principal do estudo.