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Rodoviários projetam acordos após "entrada" do Governo de Pernambuco na negociação

Rodoviários realizaram passeata de protesto até o Palácio do campo das Princesas

Reunião dos rodoviários no Palácio do Campo das Princesas, com o secretário da Casa Civil - Ed Machado/Folha de Pernambuco

Passadas três rodadas de negociações entre representantes do Sindicato dos Rodoviários e da Urbana-PE, onde nenhum avanço foi alcançado, mesmo com o intermédio do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), a “entrada” do Governo de Pernambuco surgiu como um último sinal de esperança para os funcionários.

Na tarde desta sexta-feira (28), após a categoria decidir pela continuidade da greve em uma assembleia na sede do Sindicato, no bairro de Santo Amaro, no Recife, aproximadamente 400 profissionais seguiram em passeata pelas ruas da cidade em direção ao Palácio do Campo das Princesas, onde esperavam recepção da governadora Raquel Lyra (PSDB) para uma reunião. Quem fez isso, no entanto, foi o secretário da Casa Civil, Túlio Villaça. 

Na reunião, além dele, estavam o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima; a deputada estadual Dani Portela (PSOL) e mais cinco representantes da categoria.

Ao fim do encontro, Aldo Lima revelou estar confiante com o possível avanço de acordo pelas reivindicações da categoria, que entrou em greve desde a 0h da última quarta-feira (26).

“Acho que precisa, de fato, sentir que há um esforço por parte do governo. Essa possibilidade de tentar destravar esse conflito. Vamos aguardar se eles vão conseguir, porque é o que a categoria mais deseja. Entendemos que o tempo é curto, mas a gente espera. Podemos chegar lá com ‘meio caminho andado’ ou até com os problemas parcialmente resolvidos”, projetou com otimismo.

O Tribunal de Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6), no Recife, vai julgar o dissídio coletivos dos rodoviários às 9h da próxima segunda-feira (31).

A Urbana-PE se posicionou por meio de comunicado oficial, e, relembrando rodadas de negociações passadas, afirmou que “buscou o entendimento sobre a negociação coletiva da categoria, assim como vem fazendo ao longo dos últimos três anos. Nesse período, foram celebrados três acordos, garantindo a reposição da inflação, o que não ocorreu em vários outros estados do país durante a pandemia. A Urbana-PE reitera que se dispôs  novamente a negociar, garantindo mais uma vez a reposição da inflação acumulada dos últimos 12 meses, calculada em 3%”, disse.

Também apontou a postura do Sindicato dos Rodoviários como “inflexível” e citou a decisão desta segunda, que determinará qual será o cenário do transporte aos usuários.

“Lamentavelmente, diante da inflexibilidade do Sindicato dos Rodoviários, não foi possível chegar a um acordo entre as partes. A fase negocial foi superada na medida em que o dissídio coletivo foi submetido para apreciação judicial”, completou.

Entre as principais reivindicações dos rodoviários, estão: retorno financeiro no valor de R$ 200 pela dupla função de motorista e cobrador (hoje essa taxa é de R$ 135); reajuste de 5% no salário, para além da inflação; pagamento de tíquete alimentação no valor de R$ 500; além do não desconto dos dias de atividades paradas, por conta da greve.