No 5º dia de greve, pouco movimento e muita espera nos terminais da RMR, neste domingo (30)
A categoria decidiu por manter a greve e aguarda o TRT6 julgar o dissídio dos rodoviários na próxima segunda
No quinto dia da greve dos rodoviários, iniciada no meio da semana, a reportagem da Folha de Pernambuco acompanhou a movimentação em diversos terminais de ônibus da Região Metropolitana do Recife, neste domingo (30). A categoria decidiu por manter a greve e aguarda o TRT6 julgar o dissídio dos rodoviários na próxima segunda-feira (31).
No Terminal Cais de Santa Rita, no bairro de São José, a circulação de passageiros esteve abaixo do normal, assim como o número de ônibus. Quem precisou de transporte, precisou ter paciência na espera. Estou aqui faz três horas esperando pelo ônibus Três Carneiros Baixo, e até agora não apareceu nenhum", reclamou o comerciário João Batista, de 69 anos.
"Está precário e difícil para todo mundo. A gente quer vir trabalhar, vir fazer as atividades e não pode. Está sendo difícil. De 40 minutos até 1 hora esperando ônibus. Ontem esperei uma hora e tive que pegar três ônibus na Agamenon para o Metrô e de lá peguei outro ônibus para poder chegar em casa. Gastei uma hora e meia e foi difícil demais pra mim. A gente que precisa chegar em casa ou que precisa trabalhar tá sendo prejudicado", comentou a enfermeira Lourdes Costa, 67 anos.
Alguns passageiros se sensibilizaram com a categoria dos rodoviários. "A gente entende. Eles [os rodoviários] têm família. Eles não estão fazendo nada de errado, não. Estão fazendo certo, mais do que certo e eu estou do lado deles. Eles têm o direito deles e são pais de família", apoiou o aposentado Manoel Bezerra Vasconcelos, de 80 anos.
No Terminal Integrado Joana Bezerra, na região central do Recife, a reportagem registrou o movimento tranquilo na manhã de domingo, mas muitos passageiros enfrentaram uma longa espera pelo seu ônibus."Vou para Olinda e a situação está precária. Sobre essa greve aí, está horrível. A locomoção das pessoas está péssima, estou aqui há 50 minutos esperando", denunciou Katywcha Silva, 34 anos, que trabalha com serviços gerais.
"Hoje já faz uma hora e meia que estou aqui. Estou indo para a Encrtuzilhada. Está bem complicado", disse a estudante Elisângela Eunice, 27 anos.
Situação semelhante no Terminal Integrado Xambá, em Olinda. Apesar do pouco fluxo de passageiros e ônibus, pessoas reclamaram da espera. "Está nos afetando porque no final de semana já demora e como está com a greve a gente não sabe mais que horas vem Já faz 20 minutos que a gente está aqui, mas não sabe se ele vai demorar e não tem previsão", comentou a doméstica Rosa Maria, 47 anos.
Pleitos da categoria
Os rodoviários reivindicam o retorno financeiro no valor de R$ 200 pela dupla função de motorista e cobrador (hoje essa taxa é de R$ 135); reajuste de 5% no salário, para além da inflação; pagamento de tíquete alimentação no valor de R$ 500; além do não desconto dos dias de atividades paradas, por conta da greve.