Herança de Sinéad O'Connor: cantora tinha patrimônio de R$ 36 milhões e doou lucro de segundo álbum
'Um padre me disse: quando você crescer e conseguir um emprego, devolva o dinheiro que roubou', contou a irlandesa em entrevista
A cantora Sinéad O'Connor, morta nesta quarta-feira (26), aos 56 anos, doou metade do que ganhou com o seu segundo álbum, "I Do Not Want What I Haven't Got", que vendeu cerca de 5 milhões de cópias. O disco que leva o seu maior hit, "Nothing Compares 2 U", teria lhe rendido cerca de R$ 60 milhões, de acordo com a própria cantora.
" Eu doei metade disso", contou ela em uma entrevista para o Guardian, em 2021 “Um padre me disse: quando você crescer e conseguir um emprego, devolva o dinheiro que roubou. Então, assim que recebi o dinheiro, distribuí de várias maneiras para diferentes instituições de caridade e pessoas.”
Ainda que não se tenha um valor exato do patrimônio de O'Connor ao morrer, várias publicações britânicas, como o The Daily Mail, relataram que a cantora valia £ 4 milhões (cerca de R$ 36 milhões) em 2017. A maior parte de seus ganhos vêm de sua canção de 1990 "Nothing Compares 2 U". Uma porcentagem da renda pela música ia para o seu compositor, Prince. Ainda assim, O'Connor recebia a maior parte do dinheiro.
Ao longo da vida, O'Connor vendeu mais de 6 milhões de álbuns, sendo 3 milhões só nos EUA. A cantora instruiu seus filhos como agirem caso ela sofresse algum tipo de morte repentina.
"Se sua mãe morrer amanhã antes de você ligar para o 911, ligue para meu contador e certifique-se de que as gravadoras não comecem a divulgar meus discos e não digam onde está o dinheiro'”, contou O'Connor à revista People em uma entrevista em 2021.
Ainda que recebesse ganhos milionários, a cantora tinha hábitos humildes. Em um vídeo divulgado no Facebook em 2017, O'Connor revelou que estava morando em um hotel simples de Nova Jersey, com diária de US$ 70 (ou R$ 330) por noite. Na época, a imprensa irlandesa noticiou que ela estaria enfrentando problemas financeiros.
“Estou sozinha", escreveu ela no Facebook. "E não há absolutamente ninguém na minha vida, exceto meu médico, meu psiquiatra - o homem mais doce do mundo, que diz que sou sua maldita heroína - e essa é a única coisa que me mantém viva no momento ... e isso é meio patético.”