Caso Marielle: esposa de Suel foi à casa de Lessa 6 dias após o crime e é investigada pela polícia
Aline Siqueira esteve na sede da Polícia Federal e disse à TV Globo que marido é inocente
A esposa do ex-bombeiro Maxwell Simões, preso por suspeita de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, esteve na sede da Polícia Federal na última terça-feira, para ver o marido. Em entrevista à TV Globo, Aline Siqueira disse que Maxwell é inocente, como divulgou a reportagem do Fantástico. Ela também é investigada pela polícia.
– No dia da morte da Marielle ele estava comigo. Eu tinha ido para um médico. O que eu estou dizendo para você eu também tenho prova. Não sei do carro. E se eu soubesse que ele realmente matou, a primeira coisa que eu ia fazer era largar ele – afirmou Aline.
Uma gravação obtida pelo Fantástico mostra que seis dias depois do crime, em 20 de abril de 2018, Aline foi até a casa de Ronnie Lessa. Na portaria, ela fala com o filho de Lessa pelo interfone: “Eu queria conversar com a sua mãe porque eu queria pedir uma ajuda pra ela, um momento de desespero meu, por isso que eu tô pedindo se eu poderia falar com ela. Não fala pro seu pai que eu tô aqui não, só fala pra sua mãe”.
Maxwell Simões, o Suel, foi preso na segunda-feira, 24, durante a Operação Élpis, do Ministério Público do Rio e da Pxolícia Federal, que apura as mortes de Marielle e Anderson. Na última terça-feira, ele foi transferido para a penitenciária federal de Brasília, de segurança máxima.
O ex-bombeiro é acusado de ter cedido um carro para a quadrilha de Ronnie Lessa esconder as armas por uma noite, logo após a prisão do sargento, ocorrida em março de 2019, antes de um de seus comparsas, Josinaldo Freitas, o Djaca, recolhê-las e jogá-las no mar para evitar a apreensão. A polícia cogitou que uma das armas pode ter sido usada no ataque contra Marielle. O veículo de Suel ficou estacionado no pátio de um supermercado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Suel, segundo as investigações, tentou plantar falsas testemunhas para esconder a propriedade do carro, mas elas foram desmentidas.
As investigações também apontaram que ele monitorava os passos da vereadora, antes do crime. Além disso, ele também teria sido responsável por trocar a placa do carro usado no assassinato e pelo desmanche do veículo. Cápsulas e munições usadas no crime também teriam sido desfeitas por ele.