caso marielle

Lavagem de dinheiro e ida à casa de Lessa: quem é a esposa de Suel, preso na investigação do crime

Sem carteira assinada há mais de 7 anos, Aline Siqueira de Oliveira apresenta grande movimentação financeira em sua conta bancária; carro no nome dela é avaliado em mais de R$ 160 mil

Maxwell Simões esposa Aline - Reprodução

A esposa do ex-bombeiro Maxwell Simões, preso por suspeita de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, também é investigada pela Polícia Federal. Em relatório recente da PF, Aline Siqueira de Oliveira, de 41 anos, é apontada como suspeita de "lavar dinheiro de recursos ilícitos recebidos por seu marido". Ela também teria encontrado Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa na noite do crime, após as execuções. Apesar de não ter carteira assinada há mais de 7 anos, ela apresenta uma grande movimentação financeira em sua conta bancária. Uma Land Rover que está no nome dela foi avaliada em mais de R$ 160 mil.

O último emprego de Aline data de novembro 2015, quando ela trabalhou em uma loja de sapatos. O salário médio dela à época foi de R$ 2.385. Chamou atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que, entre setembro do ano passado e fevereiro deste ano, Aline fez uma transferência de R$ 213 mil para comprar a Land Rover. O valor foi superior à avaliação porque o veículo é blindado. Ela enviou o dinheiro para uma empresa do ramo de leilões. No documento, o órgão pontua que Aline não tem "capacidade financeira para fazer um pagamento de valor expressivo como este".

No documento, o Coaf também destaca que Aline recebeu mais de R$ 56 mil em diversas transferências feitas por Suel entre março de 2019 e outubro de 2021. Ela é procuradora do marido desde junho de 2020 e seria responsável por resolver suas questões financeiras.

De acordo com a PF, Suel teria ficado responsável pelos negócios ilícitos de Lessa depois que ele foi preso. Eles integravam milícia em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, onde os dois recebiam dinheiro com serviço de gatonet. A informação foi compartilhada por Élcio de Queiroz em delação feita à Polícia Federal.

Segundo a delação de Élcio de Queiroz, após atirarem contra o carro de Marielle e Anderson, na noite do dia 14 de março de 2018, ele e Ronnie Lessa seguiram para um bar próximo à Avenida Olegário Maciel, na Barra. Eles se encontraram com um grupo de pessoas, entre elas, Suel e Aline. Seis dias depois, em 20 de março de 2018, Aline foi até o condomínio de Lessa. Na portaria, ela conversou com o filho dele pelo interfone e pediu para falar com Elaine, esposa de Lessa:

“Eu queria conversar com a sua mãe porque eu queria pedir uma ajuda pra ela, um momento de desespero meu, por isso que eu tô pedindo se eu poderia falar com ela. Não fala pro seu pai que eu tô aqui não, só fala pra sua mãe”, disse Aline, como revelou o Fantástico. Apesar do pedido, ela não foi autorizada a entrar.

Entretanto, ao ser interrogada pela polícia em 2019, Alone não revelou que esteve no condomínio de Lessa. Ao ser indagada se conhecia Ronnie Lessa, ela respondeu que "se recorda que já esteve com o referido algumas vezes, podendo citar entre elas, o dia do seu noivado com Maxwell, acontecido em uma casa de um amigo no dia 27/08/2017, no Recreio dos Bandeirantes, bem como algumas outras poucas vezes no próprio restaurante Resenha". No depoimento, ela negou que se encontrou com Lessa e Queiroz na noite do crime.