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"Ameba comedora de cérebro" mata mais um homem depois de nadar em lago nos EUA

Especialistas atribuem aumento de casos da Naegleria fowleri às mudanças climáticas

Rara, ameba é extremamente mortal - Reprodução

Um novo caso de morte após uma infecção rara pela ameba Naegleria fowleri, conhecida como "comedora de cérebro", foi registrado nos Estados Unidos, informou um comunicado do Departamento de Saúde do Estado da Geórgia. O homem, cuja identidade não foi revelada, contraiu o microrganismo após nadar em um lago na região.

Segundo o departamento, o microrganismo "destrói o tecido cerebral, causando inchaço e geralmente a morte". O quadro grave é chamado de meningoencefalite amebiana primária (PAM). Não existe tratamento eficaz para a contaminação.

A ameba vive no solo e em lagos quentes de água doce, rios, lagoas e fontes termais, alerta o comunicado. Em água salgada, como no mar, e em água potável e de piscinas devidamente tratadas, não há risco.

O órgão explica ainda que a ameba não é transmitida de pessoa para a pessoa e não infecta por meio da ingestão da água contaminada, mas sim quando o líquido com o microrganismo sobe pelo nariz. São cerca de três infecções ao ano nos EUA, na maior parte fatais. No estado da Geórgia, foram cinco casos desde 1962.

"Embora o risco de infecção seja baixo, os usuários recreativos de água devem sempre presumir que existe um risco quando entram em água doce e morna. Se você optar por nadar, poderá reduzir o risco de infecção limitando a quantidade de água que sobe pelo nariz", orienta o comunicado.

Ainda que os casos sejam raros, eles estão aumentando no país devido às mudanças climáticas. É o que diz um estudo publicado em maio na revista científica Ohio Journal of Public Health. Eles citam, por exemplo, o avanço do parasita em estados do Norte dos EUA, que não costumavam relatar infecções devido às temperaturas mais amenas.

No entanto, segundo os cientistas, o aquecimento global tem levado a temperaturas mais altas, propícias para a propagação da ameba. Mesmo assim, a maior parte dos relatos continua a ser nos estados do Sul, como na Geórgia e na Flórida, onde um homem morreu em fevereiro depois de usar água da torneira para enxaguar o rosto e lavar o nariz. O registro foi o primeiro de 2023 no país.

Mais recentemente, em julho, uma criança de dois anos morreu após contrair a ameba em um rio no estado de Nevada, também no Sul. De acordo com informações de familiares, o menino apresentou sintomas inicialmente associados a uma gripe e, dias depois, e foi hospitalizado. Porém, não resistiu e morreu cerca de uma semana depois da infecção.

A infecção pela ameba "comedora de cérebro" mata?
Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), a infecção mata mais de 97% das pessoas que a contraem. Dos 154 indivíduos infectados conhecidos nos Estados Unidos, de 1962 a 2021, apenas quatro pacientes confirmados sobreviveram à infecção.

Onde existe ameba "comedora de cérebro"?
O CDC disse ainda que a ameba normalmente vive em corpos quentes de água doce, como lagos, rios e fontes termais. Também é provável que seja encontrada vivendo em sedimentos no fundo de lagos, lagoas e rios, então a agência desaconselha cavar ou mexer no solo em água doce rasa e quente. Não é encontrada em água salgada.

Risco de infecção pela ameba "comedora de cérebro"
Apesar da expansão da presença da ameba pelo território americano, as chances de se infectar com a doença são consideradas baixas. Do nariz, a Naegleria fowleri vai até o cérebro, onde destrói o tecido cerebral. A infecção não pode ser transmitida de uma pessoa para outra.

Sintomas da infecção pela ameba "comedora de cérebro"
No estágio inicial, os sintomas da infecção por Naegleria fowleri começam geralmente com fortes dores de cabeça, febre, náuseas e vômitos e progridem para rigidez do pescoço, convulsões e coma que pode levar à morte.

As queixas geralmente começam cerca de cinco dias após a infecção, mas podem começar de 1 a 12 dias. A doença progride rapidamente e geralmente causa a morte em cerca de cinco dias.