ECONOMIA

Padilha espera que o Banco Central baixe os juros e sinaliza possibilidade de início da queda

Ministro da articulação política também falou sobre reforma ministerial e que Lula quer falar "olho no olho" antes de decidir pastas do PP e Republicanos

Alexandre Padilha - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que existe no governo uma expectativa de que Comitê de Política Monetária (Copom) decida diminuir a taxa básica de juros nesta semana.

— Nossa expectativa é com a reunião do Copom. Queria reafirmar que o governo e o Congresso Nacional construíram todas as condições necessárias para que o Brasil inicie uma trajetória decrescente de juros — disse Padilha após uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O Copom, composto por membros do Banco Central, se reúne hoje e amanhã para definir a nova taxa Selic, a taxa básica de juros. A expectativa de parte do mercado é de uma queda de 0,25 ponto percentual. Integrantes do governo, no entanto, pregam uma queda de pelo menos 0,5 ponto. Hoje a taxa está 13,75% e tem sido alvo constante de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a considera muito alta.

O ministro comentou também sobre as negociações para reforma ministerial. Ele descartou qualquer mudança na Petrobras e elogiou o presidente da estatal, Jean Paul Prates.

— A Petrobras tem um papel estratégico no país. O presidente da Petrobras vem cumprindo questões fundamentais que foram estabelecidas no compromisso de campanha do presidente Lula. Baixou o preço do diesel, mudou a política de dividendos, estabeleceu a nova política de preços. Nunca foi e nem nunca será objeto de discussão de reformulação partidária.

Sobre a possibilidade de o vice-presidente Geraldo Alckmin sair do Ministério da Indústria para abrir espaço para uma das legendas, o ministro da SRI evitou responder.

— Não tem nenhuma discussão ainda porque quem vai discutir isso é o presidente Lula.

Padilha disse que há no governo vontade de atrair PP e Republicanos para o governo. De acordo com ele, as pastas que vão caber aos partidos só serão definidas quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começar a se reunir com os presidentes dos partidos.

— Não tem nada marcado. Na medida que os líderes voltam para o Congresso, na medida que eles estejam presentes em Brasília, a gente vai acelerar as conversas. O presidente Lula faz questão de conversar olho no olho, vai conversar com as lideranças partidárias — declarou.

— São as bancadas da Câmara dos Deputados que estão sugerindo nomes para o governo. Tem interesse sim do governo em atrair a bancada do Republicanos e do PP, que sugeriu nomes. As tratativas vão acontecer com os interlocutores — completou.

Padilha elogiou Pacheco, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e disse que eles ajudaram a criar condições para a queda dos juros.

—Agradecemos ao presidente do Senado por conta disso e a postura do Senado e da Câmara, as iniciativas de governo, a liderança da equipe econômica do ministro Fernando Haddad.

Lula tem criticado o presidente do BC, Roberto Campos Neto, por conta da taxa e costuma se referir a ele como “ esse cidadão”.Uma ala do PT, liderada pela própria presidente do partido, Gleisi Hoffmann, tem pedido publicamente a saída de Campos Neto do cargo. Por outro lado, o Senado, a quem cabe votar pedidos de destituição do comando do BC, tem resistido a fazer isso.