SÃO PAULO

Tarcísio diz que empregou mãe da filha de Carlos Bolsonar no governo por iniciativa própria

Governador de SP confirmou convite para economista ocupar cargo nos EUA

Tarcísio de Freitas - reprodução/Twitter

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, negou que o ex-presidente Jair Bolsonaro tenha lhe pedido para indicar a economista Martha Seillier, mãe da filha do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), para um cargo da gestão estadual nos Estados Unidos.

– Bolsonaro não pediu absolutamente nada. Eu conheço a Marta antes do Bolsonaro. Ela trabalhou comigo no PPI no governo (Michel) Temer e no PPI no governo Bolsonaro. Conheço ela há muitos anos. Fala três idiomas, é supercompetente, conduziu vários processos de privatização. Eu tive a ideia de oferecer para ela uma vaga para ser a embaixatriz do nosso programa de investimentos nos Estados Unidos porque temos uma vaga e não temos uma pessoa qualificada. Houve algum pedido do presidente? Zero. Nunca houve. Nunca me pediu nada – disse Tarcísio em coletiva de imprensa.

O governador disse que a ideia de convidar Seillier para o governo foi sua e em função da "competência" da economista.

– Não podemos ter essa visão preconceituosa. Ela não está precisando de favor de ninguém – declarou o ex-ministro de Bolsonaro, completando que fez o convite, mas ainda não sabe se Seillier vai aceitar.

Como mostrou O Globo, Seillier é alinhada ao bolsonarismo e participou, em Brasília, dos atos bolsonaristas de 7 de Setembro, em 2021. Na ocasião, postou um vídeo em suas redes sociais com a hashtag “Supremo é o Povo”, usada por apoiadores do presidente para pedir o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e o impeachment de ministros da corte.

Servidora de carreira e tida como um quadro técnico, Seillier se tornou a primeira mulher a assumir a Infraero, no início do governo Bolsonaro, tendo ficado no cargo até julho de 2019, quando foi para o PPI, departamento do governo que cuida das privatizações e concessões.

No início de 2020, ela se envolveu em uma polêmica ao ser uma das três pessoas a bordo de um jato exclusivo da FAB que foi de Davos, na Suíça, para Nova Delhi, na Índia, onde Bolsonaro cumpria agenda. O episódio levou à demissão do secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini.

Procurada, a assessoria de Bolsonaro negou que ele tenha pedido cargo para Seillier. O GLOBO enviou mensagens para Seillier, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem.