MARIELLE FRANCO

Saiba quem é quem na investigação da morte de Marielle e Anderson

Até o momento, 13 pessoas aparecem como tendo algum envolvimento na trama do crime, incluindo intermediários, executores e suspeitos de atuarem na eliminação das provas

Estátua de Marielle Franco - Fernando Frazão / Agência Brasil

O avanço das investigações da Polícia Federal em busca dos responsáveis pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes tem revelado novos suspeitos de envolvimento com o crime.

Recentemente, um policial ligado ao bicheiro foragido Bernardo Bello surgiu como intermediário das mortes. Antes dele, Edimilson Oliveira, o Macalé, foi apontado como elo do mandante e Ronnie Lessa — acusado de ter efetuado os disparos — por Élcio de Queiroz em delação premiada.

Com uma variada teia de personagens, a trama do crime vai ficando cada dia mais complexa. Até o momento, a lista de envolvidos na morte e eliminação de provas inclui 13 pessoas. Confira abaixo o que se sabe sobre cada um deles:

Os intermediários do crime

José Carlos Roque Barboza
Um dos novos elos entre mandante e executor do crime seria o policial militar da reserva José Carlos Roque Barboza, segundo confirmaram fontes ao GLOBO após matéria publicada pela Folha de S. Paulo no último sábado. Ele é apontado como um dos chefes da segurança do bicheiro Bernardo Bello, considerado foragido desde novembro do ano passado, acusado de ser o autor intelectual do assassinato do contraventor Alcebíades Paes Garcia, o Bid, no carnaval de 2020.

Informações ainda sigilosas da delação do ex-PM Élcio de Queiroz dariam conta de que Roque teria sido o responsável por fornecer a Ronie Lessa, réu como autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson, o Cobalt prata usado no crime, de acordo com a Folha.

Edimilson Oliveira, o Macalé
Apontado na delação como a pessoa que teria intermediado a contratação de Lessa para o assassinato de Marielle Francoconsiderado braço-direito de . Segundo Élcio, Macalé também participou de uma tentativa frustrada de executar a vereadora em 2017. Macalé foi executado em Bangu, em 2021, mas antes de ser morto era integrante da equipe de segurança de Bernardo Bello e considerado um dos braços direitos do bicheiro.

Executores

Ronnie Lessa
Foi preso em março de 2019 pela participação nos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. Na delação de Élcio Queiroz, é apontado como autor dos disparos que mataram a vereadora e seu motorista. Foi expulso da PM e condenado, em 2021, a quatro anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime.

Élcio de Queiroz
Também é ex-PM. Está preso desde 2019 e fez a delação premiada na qual apontou a participação de mais uma pessoa, o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes. Ele é um ex-sargento da Polícia Militar expulso da corporação em 2015. Na delação, afirmou que dirigia o carro que perseguiu o veículo onde estavam a vereadora e seu motorista, além da assessora Fernanda Chaves, que sobreviveu ao atentado.
 

Tentativa frustrada

Maxwell Simões Correa, o Suel
Ex-sargento do Corpo de Bombeiros, Maxwell, também conhecido como Suel, foi preso no último dia 24. Ele já havia sido preso em 2020. Apontado como cúmplice de Lessa, é acusado de ter cedido um carro para a quadrilha, esconder as armas após o crime e ajudar no descarte delas. Segundo Queiroz, ele também participou da tentativa de matar a vereadora em 2017.

Naquela ocasião, Maxwell, que estava dirigindo, não teria conseguido emparelhar com o táxi onde estava Marielle na hora que Lessa mandou. Suel alegou que deu um problema no veículo, mas Ronnie teria dito a Élcio que "não acreditava que teve problema, que foi medo, refugou”, segundo consta na delação.

Eliminação das provas

Elaine Pereira Figueiredo Lessa
Mulher de Ronnie Lessa, chegou a ser presa na operação Submersus, da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio, em outubro de 2019. Contra ela havia a suspeita de que tenha comandado as ações para sumir com as armas do marido e apagar vestígios da quadrilha.

Edilson Barbosa, o Orelha
Foi procurado por Maxwell, em Rocha Miranda, para tratar do descarte do Cobalt usado na emboscada que vitimou Marielle e Anderson, segundo a delação.

Bruno Figueiredo
Irmão de Elaine Lessa, Bruno também foi alvo da operação Submersus, acusado de ter ajudado a irmã na ocultação de provas. Ele teria auxiliado Márcio Gordo a entrar em um condomínio do Pechincha para recolher armas guardadas ali por Ronnie Lessa.

José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo
Outro alvo da operação que prendeu os irmãos Elaine e Bruno. Ele foi flagrado em vídeo retirando uma caixa, supostamente com armas, que estava em um apartamento que Ronnie Lessa mantinha no Pechincha, onde morava sua sogra.

Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca
Teria recebido as armas recolhidas por Márcio Gordo e alugado um barco para se livrar delas em alto mar. Entre essas armas estaria a submetralhadora HK MP5 usada para matar Marielle e Anderson.

João Paulo Vianna dos Santos Soares, o Gato do Mato
Apontado como amigo e ex-sócio de Ronnie Lessa, teria recebido a submetralhadora MP5 usada pelo ex-PM no crime.

Aviso sobre operação de 2019

Maurício da Conceição dos Santos Júnior, o Mauricinho
O PM teria recebido de Jomar Duarte informações sobre uma operação no caso Marielle, em 2019, e repassado para Ronnie.

Jomar Duarte Bittencourt Junior, o Jomarzinho
Apontando como tendo passado a Mauricinho a informação sobre uma operação que teria Ronnie Lessa como um dos alvos.