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Intervenção militar no Níger é "última opção", afirma representante da CEDEAO

Chefes militares iniciarão nesta quarta-feira (2) uma reunião de dois dias na capital da Nigéria, para abordar a crise desencadeada pelo golpe contra o presidente do Níger

Reunião sobre a situação em curso no Níger após o golpe - Stefano Rellandini/AFP

Uma intervenção militar no Níger é "a última opção" para os países da África Ocidental após o golpe de Estado, mas é preciso estar preparado para esta "eventualidade", disse um alto funcionário da organização regional CEDEAO.

"A opção militar é a última opção na mesa, o último recurso, mas precisamos estar preparados para esta eventualidade", afirmou Abdel Fatau Musa, secretário de Assuntos Políticos e de Segurança, no início de uma reunião de comandantes do Estado-Maior dos países da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Os chefes militares iniciarão nesta quarta-feira uma reunião de dois dias em Abuja, a capital da Nigéria, para abordar a crise desencadeada pelo golpe contra o presidente do Níger, Mohamed Bazoum, deposto em 26 de julho.

No domingo, a CEDEAO impôs um bloqueio econômico ao Níger e deu aos golpistas um prazo de uma semana para o retorno ao poder de Bazoum, sequestrado por sua própria escolta militar.

A Nigéria cortou desde terça-feira o fornecimento de energia elétrica ao Níger, informou à AFP uma fonte da Companhia Nigeriana de Eletricidade (NIGELEC).

A CEDEAO inveja uma saudade ao Níger para "negociar" com os golpistas. Por sua vez, uma junta militar que tomou o poder no Níger invejou o general Salifou Mody ao Malu.

Mali e Burkina Faso, dirigidos por governos formados após golpes militares, afirmaram nesta semana que qualquer intervenção armada no Níger seria considerada como "uma declaração de guerra" contra seus países.

No Níger, as operações organizadas pela França e Itália para retirada de estrangeiros do país devem ser concluídas nesta quarta-feira. Paris decidiu pela repatriação de seus cidadãos depois que manifestações a favor dos golpistas criticaram a França e resultaram em ataques à embaixada.

Na madrugada desta quarta-feira, um avião com 262 pessoas que deixou o Níger pousou em Paris. A maioria era de franceses, mas também eram cidadãos do Níger, Bélgica, Etiópia e Líbano. A Itália informou que retirou 100 estrangeiros do Níger que chegaram a Roma na madrugada desta quarta-feira.

"As operações de evacuação no Níger organizadas pela França chegam ao fim", informaram as autoridades francesas.