Elon Musk é chamado de "analfabeto" por denunciar incitamento ao "genocídio" branco na África do Sul
Malema foi acusado de incitar a violência étnica após cantar a música "Kill the Boer" ("Mate o Boer"), durante um comício no fim de semana
Elon Musk foi chamado de "analfabeto", nesta quarta-feira (2), pelo líder de um partido sul-africano, a quem o homem mais rico do mundo havia acusa de incitar o "genocídio" branco em seu país natal.
A guerra verbal entre Musk e Julius Malema, líder do partido radical de esquerda Combatentes da Liberdade Econômica (EFF, na sigla em inglês), ocorre em meio a um debate mais amplo sobre uma polêmica canção contra o Apartheid na África do Sul.
Malema foi acusado de incitar a violência étnica após cantar a música "Kill the Boer" ("Mate o Boer"), durante um comício no fim de semana.
Os Boer são descendentes de colonos holandeses estabelecidos na África do Sul.
"Por que tenho que ensinar Elon Musk? Parece um analfabeto. A única coisa que o protege é sua pele branca", disse o líder do partido durante uma coletiva de imprensa em Johannesburgo.
A música, que remonta à luta contra o Apartheid, é considerada polêmica. Alguns consideram-na incendiária, devido às suas letras violentas.
"Estão incitando abertamente o genocídio dos brancos na África do Sul", escreveu Musk na segunda-feira (31), na rede social X, antigo Twitter.
O magnata então marcou o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, do governista Congresso Nacional Africano (ANC), que liderou o movimento anti-Apartheid, questionando seu silêncio.
No ano passado, um tribunal determinou que a música não difundia discurso de ódio, entretanto, a decisão está pendente de apelação.
"Peçam para o Elon Musk olhar o YouTube. Há um vídeo completo da posição do tribunal", disse Malema a repórteres na quarta-feira. "Este assunto está encerrado, não temos tempo para bobagens", finalizou ele.
Na segunda-feira, o partido líder da oposição, a Aliança Democrática (DA), anunciou que apresentaria uma queixa contra Malema no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
A disputa faz parte da tomada de posição dos diferentes partidos do país antes das eleições de 2024.